Emily Beatriz e Sabryna Myllena são estudantes da Escola Estadual Lauro de Castro, na Cidade da Esperança, em Natal. Ambas têm 13 anos, estão no 8º ano e já fazem planos para quando concluírem o ensino fundamental em 2024. Bia, como é chamada pelos colegas, participou da plenária de escolha dos cursos técnicos que serão oferecidos pela unidade do Instituto Estadual de Educação Profissional, Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte (IERN) que está sendo construído perto dali, no Bom Pastor, bairro da zona oeste de Natal.
Bia, que se orgulha das notas em português e da facilidade que tem para se expressar, quer entrar num curso profissionalizante enquanto estuda para fazer Direito na universidade, seu objetivo. O forte de Sabryna é a matemática, mas ela quer ser médica. Ela espera a entrada em funcionamento do IERN para ingressar em um dos cursos profissionalizantes quando concluir o ensino fundamental.
A construção de escolas de referência na educação profissional e desenvolvimento de tecnologias, levando em conta a realidade local, é uma das apostas do Governo do RN para melhorar a qualidade do ensino médio no Rio Grande do Norte e elevar a rede estadual a um patamar superior. O modelo é inspirado nos institutos federais.
Com recursos próprios no valor de R$ 150 milhões, foram projetados 12 IERNs, contemplando todas as regiões do estado, dos quais 10 estão em construção. O primeiro a entrar em funcionamento será o de Natal. Inicialmente, serão oferecidos dois cursos técnicos: Rede de Computadores e Química. Os critérios utilizados para definição dos cursos levam em conta a potencialidade do local em que a escola está inserida, o interesse de estudantes e da comunidade, sempre com a preocupação de que não haja sobreposição de oferta com, por exemplo, os institutos federais.
A unidade de Natal contará com 12 salas de aula, laboratórios, biblioteca, auditório, espaços de convivência, quadra poliesportiva e bloco administrativo. Tem capacidade para atender até 1.500 estudantes nos três turnos. Inicialmente serão duas turmas em tempo integral e duas em tempo parcial (matutino um eixo, vespertino o outro eixo).
“Os IERN vão expandir a oferta pública e de qualidade da educação profissional e tecnológica no estado, tendo como referência a interiorização. São cursos integrados a uma formação básica”, informa a secretária de Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC), professora Socorro Batista. “No Rio Grande do Norte, as escolas que mais aprovam no Enem são as escolas profissionais e as escolas em tempo integral. São também as de melhor desempenho no Ideb” da rede estadual, ressalta a secretária.
A secretária lembra que, até 2003, havia apenas uma escola profissionalizante na rede estadual – a Jessé Pinto Freire, na Praça Pedro Velho, em Natal. A rede se expandiu a partir de 2007, quando foi criado o programa federal Brasil Profissionalizado e construídos dez CEEPs – Centro Estadual de Educação Profissional -, a maioria deles na Grande Natal. Além dos CEEPs, há 61 escolas de nível médio que operam algum tipo de educação profissional, totalizando quase 15 mil matrículas. De acordo com o Programa Nova Escola Potiguar (PNEP), os centros de educação profissional, assim como a Jessé Freire, serão transformados em IERNs.
Em agosto, o ministro da Educação, Camilo Santana, visitou as obras do IERN Natal, anunciou a liberação de recursos para municípios e assinou, juntamente com a governadora Fátima Bezerra, a adesão do Rio Grande do Norte ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica e o Programa Escola em Tempo Integral.
O número de escolas em tempo integral passou de 48, em 2018, para as atuais 148. O governo estadual planeja dobrar esse número até 2025, conforme previsto no Plano Estadual de Educação. Os especialistas apontam a melhoria do rendimento acadêmico, o desenvolvimento intelectual, cultural, social e emocional, além da criatividade e senso crítico como as grandes vantagens do ensino em tempo integral. As matrículas em tempo integral são aquelas em que o estudante permanece na escola ou em atividades escolares por tempo igual ou superior a 7 horas diárias – ou a 35 horas semanais – em dois turnos.
#Fonte: Agorarn
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