Moradores da rua Marcassita e Ouro Preto, no conjunto Pirangi, em Neópolis, despertaram na manhã desta segunda-feira 21 com o barulho do desabamento de metade de suas casas. Seis residências tiveram as estruturas parcialmente destruídas e oito casas foram interditadas, segundo a Defesa Civil Municipal. Não houve feridos.
As causas do desabamento ainda estão sendo esclarecidas, mas as informações preliminares da Defesa Civil apontam que o solo úmido, devido às chuvas recentes, podem ter influenciado o acidente. Dada a gravidade da situação, o AGORA RN esteve no local para conversar com os moradores.
Luíza Cavalcanti, de 76 anos, moradora há 20 anos do local, afirmou que os problemas começaram a acontecer quando uma lagoa de captação próxima às residências foi construída. “O problema foi essa lagoa. Porque antes da lagoa não existia isso aqui. A gente via que era muito perigoso”, disse. As casas que desabaram ficam em um solo irregular, de barranco, e a lagoa de captação fica na parte de baixo.
Outra casa interditada foi a de Arimatéia Augusta, de 70 anos. “Eles querem que a gente saia, com medo disso aqui cair. Já pediram para sair, não querem nem que a gente entre aqui dentro [das casas]. Eu já estou arrumando as coisas”.
Ela também afirmou que a lagoa de captação influenciou na tragédia. “Já estava arriando. A gente tirava foto e tudo. Levava para a reunião e não resolvia nada. Agora, vão resolver. Mas agora nós temos que sair daqui”.
Segundo a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), os servidores estão realizando um cadastramento dos moradores atingidos para oferecer apoio logístico para retirada de móveis, eletrodomésticos e utensílios, bem como fazer o trabalho de abrigamento e entrega de itens de higiene, limpeza e colchões.
O cadastramento também servirá para garantir o benefício do aluguel social, até que os atingidos retornem às suas casas depois dos reparos que serão realizados nos imóveis. De acordo com o levantamento inicial, oito pessoas solicitaram alojamento. A Semtas ainda vai definir o local para abrigá-los.
Jaílton Moura de Oliveira, de 52 anos, disse que parte do local já havia deslizado, mas o que aconteceu foi inesperado. “Caiu uma vez só a metade. Mas, nesta manhã, por volta das 7h, a parede [lagoa] cedeu. A areia levou e saiu para dentro da lagoa”.
Visita do prefeito. Após o desabamento, o prefeito Álvaro Dias (Republicanos) esteve no local para acompanhar os trabalhos da força tarefa formada pelos órgãos da gestão municipal. Alguns moradores cobraram o gestor durante a perícia e entrevista para a imprensa.
“Manutenção não veio. A gente pediu para a Defesa Civil. Eles não deixaram a gente limpar a terra porque era arriscado cair. Há 3 anos está sem manutenção aqui. Faz 20 anos dessa lagoa. Nenhuma manutenção foi feita”, afirmou uma moradora.
A mesma moradora continuou: “Isso poderia ter sido evitado. Faz um mês que vieram fazer a limpeza. A defesa civil veio aqui entraram na nossa casa e disseram que não tinha perigo de cair. Agora está aí. Não poderia ter evitado? Poderia”, reclamou.
#Fonte: Agorarn
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