Expectativa é de geração de 200 vagas em um primeiro momento; notícia
vem após demissão em massa de dois mil funcionários e encerramento de
atividades em unidade de Fortaleza
Pegou de surpresa a notícia de que o Grupo Guararapes, gigante do setor têxtil que tem origem no Rio Grande do Norte e a loja Riachuelo como uma das principais bandeiras, encerrou as atividades na unidade fabril de Fortaleza, no estado do Ceará. Após a decisão, que incluiu o desligamento de duas mil pessoas, coube ao grupo tomar um novo planejamento e migrar o processo de fabricação para a unidade de Extremoz, na Grande Natal, conforme divulgado. Com isso, novas vagas de emprego devem ser geradas no mercado potiguar.
De acordo com o próprio grupo Guararapes, não há uma projeção exata da geração de empregos, uma vez que as operações estão sendo estruturadas. No entanto, a assessoria de comunicação do conglomerado afirmou que 200 vagas serão geradas com a transferência do setor de lavanderia. “Mas sabemos que mais tarde teremos mais [vagas]”, confirmou a comunicação. Ainda assim, não foi divulgado a partir de quanto estas oportunidades de emprego estarão disponíveis nem como será possível se candidatar a elas.
Conforme a comunicação do grupo, o principal motivo da decisão por direcionar a produção para o Rio Grande do Norte, foi com base no planejamento estratégico da companhia para otimizar a produção e ter ganhos logísticos. Outro fator que conta a favor de centralizar a operação no estado, ainda de acordo com a empresa, é o fato do Centro de Distribuição também ficar localizado no estado. Questionada a respeito de uma possível reestruturação física do complexo fabril, que vai acumular as atividades que antes eram feitas na unidade cearense, a comunicação do grupo afirmou que, em um primeiro momento, não haverá nenhum tipo de adaptação no local.
Oriunda no Rio Grande do Norte, a empresa foi fundada por Nevaldo Rocha – que inclusive dá nome a uma avenida em Natal em frente a um shopping que pertence ao Grupo – que nasceu em Caraúbas, no interior do estado. Perguntados se a origem da empresa e do fundador tiveram influência na decisão, a empresa afirmou que “a Guararapes, assim como seus fundadores e acionistas, tem muito orgulho de sua origem Nordestina”, mas que a decisão foi tomada com base em planejamento estratégico e ganhos logísticos.
Demissões no Ceará
Nesta terça-feira 10 pelo menos duas mil pessoas foram demitidas da unidade fabril do grupo em Fortaleza, no Ceará. Segundo o grupo, a fábrica seria encerrada e a produção virá para Natal. Funcionários do local teriam recebido convites para se transferirem às unidades de Natal e São Paulo. A notícia repercutiu na imprensa cearense e também na potiguar. Em 2022, outras duas unidades haviam sido fechadas, uma em fevereiro e outra em junho.
Sobre a situação dos funcionários, o grupo afirmou que preza “pelo cuidado e olhar humano”, e que todos os afetados pela decisão recebem assistência e um pacote extra para auxiliar cada colaborador desligado nesse período. “A todos foi oferecido a extensão do plano de saúde pelo dobro do aviso prévio e o valor de meio piso salarial. As máquinas de costura industrial foram doadas às costureiras e aos demais foi fornecido um adicional de mais um salário”, comunicou o grupo por meio de nota.
Ainda de acordo com o grupo, a decisão deve preservar a cadeia nacional de fornecimento de produtos. “A Guararapes tem uma relação de longa data com o Ceará e seguirá atuando no estado por meio de suas lojas”, finalizou a nota.
História
Entre as maiores empresas do segmento têxtil do Brasil, foi fundada em 1947 pelos irmãos Nevaldo e Newton Rocha, no Rio Grande do Norte. No início, era uma loja de tecidos chamada “A Capital”, em Natal. Em 1956, foi fundada a Companhia em Recife e dois anos depois a primeira unidade fabril em Natal, em que a sede da empresa foi transferida do estado de Pernambuco para a capital potiguar.
#Fonte: Agorarn
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