Magnus Nascimento
Os municípios do Rio Grande do Norte não terão condições de
arcar com o novo piso salarial do magistério, reajustado em 14,95% neste
ano (R$ 4.420,55). É o que assegura a Federação dos Municípios do RN
(Femurn), que acompanha o posicionamento da Confederação Nacional dos
Municípios (CNM). A CNM calcula que somente no Estado, o impacto
financeiro deve ficar na casa dos R$ 222,6 milhões em 2023, cifras que
fogem à realidade da maioria das cidades, afirma Luciano Silva Santos,
presidente da Femurn e prefeito de Lagoa Nova. Prefeitura de Natal e
Governo do Estado ainda estudam implementação dos reajustes.
O recém-empossado presidente da Femurn,
Luciano Santos, orienta aos prefeitos que a medida não tem caráter
definitivo, mas sim orientativo. “Essa normativa do MEC não tem força de
lei porque a nova legislação não dá autonomia para que o MEC defina o
piso salarial. A Femurn se alinha com a CNM orientando os prefeitos para
que eles não tenham essa definição do MEC como um poder normativo. É
apenas uma instrução, caso o Município possa, caso o prefeito consiga
fazer, isso é discricionário”, destaca.
Luciano Santos declara
também que algumas cidades já estão com dificuldades de se adequarem à
Lei de Responsabilidade Fiscal. “Acredito que a maioria dos 167
municípios não tem condições. Nós estamos falando aqui de um incremento
na maior folha de pagamento de todos esses municípios nesse percentual.
Alguns estão passando dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, outros que não tem de fato recurso algum para arcar com esse
investimento, que onera a folha de pagamento”, comenta.
O maior
impacto será na capital. O estudo da CNM aponta que o novo piso deve
representar um aumento de R$ 26,3 milhões na folha anual de pagamento
dos professores. A Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME)
informou que “iniciou o exercício 2023 realizando estudos de ordem
financeira e orçamentária” para fundamentar e orientar o Município sobre
a viabilidade do aumento. Após isso, a secretaria acrescentou que irá
“encaminhar a pauta em discussão ao prefeito Álvaro Dias”, que deverá
ter a palavra final sobre o assunto.
Também não há definição no
âmbito do Governo do Estado. Na semana passada, os gestores da
Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer
(SEEC) se reuniram com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Rio Grande do Norte (Sinte-RN) e no encontro ficou decidido
que uma proposta será apresentada em fevereiro. A Secretaria comunicou
ainda que acertou uma nova reunião para discutir as atualizações dos
vencimentos referentes a 2022 e 2023. No ano passado, o reajuste
concedido a categoria foi de 33,24%.
“Neste mesmo encontro será
discutida a aplicação do reajuste referente ao ano de 2023, anunciado
pelo Ministério da Educação no início da semana. As equipes técnicas da
SEEC e da Secretaria de Administração realizarão estudos relativos ao
impacto desse reajuste. O diálogo e respeito pela categoria da Educação e
a observância ao equilíbrio das contas são pilares da administração
estadual”, disse o Governo por nota.
#Fonte: Tribuna do Norte
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