Marcelo Camargo
A pandemia de covid-19 já pode ser tratada como endêmica e está “totalmente controlada” no Rio Grande do Norte, diz Ricardo Valentim, diretor do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN). Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) mostram um cenário bem mais favorável do que o registrado nas duas primeiras ondas da pandemia. De janeiro até a segunda semana de outubro deste ano, o Estado registrou uma redução de 79,3% nas mortes por covid em comparação com o mesmo período de 2021. Decretação do fim da pandemia depende da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Com o avanço da vacinação, casos contabilizados graves são “isolados”, segundo Ricardo Valentim, do LAIS/UFRN. “Situação é de total controle”, aponta
Dentro do período observado, os óbitos caíram vertiginosamente de 4.364 para 899, de acordo com os boletins epidemiológicos da Sesap. Os casos também apresentaram queda de 38,8%: passaram de 278.912 registros (janeiro a outubro de 2021) para 170.487 (janeiro a outubro de 2022). Valentim diz que o RN continua contabilizando casos isolados, mas que não inspiram gravidade. “A gente tem casos como tem de gripe, de dengue e de outros agravos que acontecem. No Brasil também, a situação é de total controle”, comenta.
O pesquisador acrescenta que o Estado atualmente não apresenta riscos de aumento de casos, mas que é preciso manter a vigilância devido à imprevisibilidade da doença. “A gente não consegue prever tudo, mas hoje a situação é de controle total. O RN hoje não tem nenhuma medida restritiva mais, nem em ambientes públicos nem em ambientes privados, transporte público. Uma coisa interessante que está acontecendo é que mesmo sem as restrições, algumas pessoas continuam usando máscara quando têm sintomas. Essa é uma cultura que veio para ficar”, destaca.
Ainda levando em consideração o período entre janeiro e as duas primeiras semanas de outubro deste ano, a taxa de letalidade foi de 0,52%. Já no mesmo intervalo de tempo no ano passado, o índice era de 1,56%, mais de um ponto percentual a mais do que o atual. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa é definida pela proporção de pessoas diagnosticadas com a doença que morrem em decorrência da infecção. Outro indicador positivo é o de leitos para o tratamento da covid. Neste mês, as solicitações por leitos oscilaram entre uma e cinco e não há filas.
Para o médico epidemiologista Ion de Andrade, a situação do RN é de total controle “pela vacina”. Ele diz que ainda é preciso acompanhar o comportamento da doença para, por exemplo, ter condições de decretar o rebaixamento para “endemia” no Estado. “A distinção depende de um cálculo. Por exemplo, quando se diz que a dengue está no período de epidemia é porque os casos ultrapassaram uma figura gráfica que é o diagrama de controle. Dentro do diagrama, a dengue está na fase endêmica”, explica.
#Fonte: Tribuna do Norte
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