MINISTÉRIO DA SAÚDE NEGA CERTIFICADO DE VACINAÇÃO PARA QUEM TOMOU ASTRAZENECA E DEPOIS PFIZER

 

Foto: Tony Winston/MS

Pessoas que receberam imunização heteróloga contra a covid-19, ou seja, doses de marcas diferentes, têm relatado dificuldade para emitir o certificado de vacinação no ConecteSUS, aplicativo do Ministério da Saúde usado para comprovar o esquema vacinal. Apesar de prever essa mistura de imunizantes em norma técnica, a pasta admite não fornecer o certificado para quem tomou doses de vacinas distintas. O governo não explica o motivo da decisão.

Além de possibilitar viagens ao exterior, comprovar a vacinação tem se tornado rotina nas cidades brasileiras, que adotam diferentes modelos de passaporte sanitário. Ao menos 249 municípios criaram regras do tipo, recorrendo também ao certificado do ConecteSUS. O documento teria de ser oferecido também para quem recebeu uma dose de AstraZeneca e outra de Pfizer, já que a prática é recomendada por especialistas e está prevista pela norma técnica 6 do Ministério da Saúde.

Mas não é isso que ocorre. Em nota, a pasta informou que o certificado do ConecteSUS é disponibilizado para quem concluiu o esquema vacinal com duas doses ou dose única. No entanto, completou que “para quem concluiu o esquema vacinal com doses de vacinas diferentes (intercambialidade das vacinas contra covid-19) não é permitido a emissão do certificado de vacinação pelo aplicativo”.

“Recebi a vacina heteróloga no Rio. Ambas as doses já estão corretamente lançadas no ConecteSUS, mas somente a carteira de vacinação é emitida. O certificado de vacinação, aquele que tem tradução para inglês e espanhol, não aparece disponível”, explica a economista Katia Freitas, de 42 anos. Ela foi vacinada com a 1ª dose de AstraZeneca e com a 2ª da Pfizer. Essa combinação tem sido adotada em várias regiões diante da falta de estoque de AstraZeneca.

“Estou um pouco preocupada com isso, pois tenho uma viagem internacional marcada para os próximos meses e sem o certificado em inglês não sei como comprovar a vacinação no país de destino, que não aceita documentos em português”, acrescenta Katia. Para tentar resolver, abriu um chamado no próprio aplicativo, mas conta que ainda não teve resposta.

Falta de comprovação põe viagem à Europa em risco

Em abril de 2020, a gestora ambiental Aline Duarte, de 44 anos, estava prestes a viajar para a França para comemorar os 20 anos de casamento, quando teve que adiar os planos por causa da pandemia. A viagem, então, foi reagendada para 20 de outubro deste ano. Ocorre que agora, tendo recebido a vacinação heteróloga, Aline e o marido enfrentam um novo problema: a dificuldade de comprovar que estão completamente vacinados.

As segundas doses dos dois, da Pfizer, ainda não foram registradas no ConecteSUS, mesmo elas tendo sido aplicadas no dia 15 de setembro. Com isso, eles temem não conseguir viajar para a Europa, desta vez por não conseguirem emitir o certificado de vacinação.

“Como a Astrazeneca estava em falta no Rio, eu sabia da possibilidade de só ter a Pfizer no posto. Pesquisei bem na internet para ver se haveria restrições quanto a isso no exterior, mas percebi que muitos países europeus estavam adotando essa intercambialidade vacinal”, explica Aline. “Então, não me preocupei, até porque não sou ‘sommelier’ de vacina e acredito que a gente tem de tomar a que estiver disponível no posto”, acrescenta.

Sobre problemas de registro de doses, o Ministério da Saúde informou que, se em até 10 dias após a imunização a dose não estiver disponível no ConecteSUS, a orientação é que as pessoas procurem o local de vacinação ou a secretaria (estadual ou municipal) de saúde para solicitar o envio das informações.

MINISTÉRIO DA SAÚDE NEGA CERTIFICADO DE VACINAÇÃO PARA QUEM TOMOU ASTRAZENECA E DEPOIS PFIZER MINISTÉRIO DA SAÚDE NEGA CERTIFICADO DE VACINAÇÃO PARA QUEM TOMOU ASTRAZENECA E DEPOIS PFIZER Reviewed by Canguaretama De Fato on 4.10.21 Rating: 5

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