junior santos/arquivo tnÉ o pior quadro do Estado desde a seca registrada em 2018
O
Rio Grande do Norte tem hoje a pior seca entre os estados do Nordeste.
De julho para agosto, foi registrado um aumento na área de seca grave,
que subiu de 38% para 52% do território potiguar. É a maior área com
seca grave registrada no Estado desde setembro de 2018. Os dados são
relatados pelo Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico (ANA) e causam preocupação para o Governo do Estado e
produtores agropecuários.
De
acordo com Josemir Neves, pesquisador da Empresa de Pesquisa
Agropecuária do RN (Emparn), a única região do estado que apresenta seca
fraca é a região do Alto Oeste; as demais estão com seca moderada ou
grave. “Do mês de julho para agosto, houve uma piora do quadro visto que
a seca grave avançou sobre o Seridó Oriental, Médio Oeste, Chapada do
Apodi e o Litoral Nordeste. Essas regiões no mês passado estavam com
seca moderada”, explica.
O relatório divulgado aponta, como principal motivo do avanço da seca, chuvas abaixo do padrão e da expectativa dos meteorologistas. Segundo Neves, por estarmos no período seco, onde as chuvas ou não ocorrem ou ocorrem em quantidades muito baixas e isoladas, essa intensificação já era esperada. A classificação de severidade da seca, parâmetro utilizado pelo Monitor para categorizar a intensidade do fenômeno, identifica os impactos possíveis que podem ser sentidos a curto e longo prazo. São eles: perdas de culturas ou pastagens prováveis, escassez de água comuns e restrições de águas impostas.
Para Guilherme Saldanha, secretário da pasta estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, pela forma como se deu essa seca, sendo mais severa na região Agreste e litorânea do que no próprio interior, a produção agropecuária será fortemente afetada. “As consequências principais são a elevação dos custos da produção agrícola, e especialmente da pecuária, acarretando, por exemplo, a redução da produção de leite. Em relação à produção agrícola dessa região, especialmente da cana-de-açúcar, macaxeira e batata doce, que são produzidas normalmente sem irrigação, é preciso um maior custo para tentar salvar essas lavouras e fazer com que elas produzam”.
Com relação aos impactos na agropecuária, Josemir Neves, da Emparn, aponta que é necessário estabelecer programas permanentes de enfrentamento da estiagem, com subsídios estaduais e federais, para atenuar os efeitos das secas, uma vez que estas serão mais frequentes devido as mudanças climáticas.
Nesse sentido, o Governo do Estado já prepara um plano de convivência com a estiagem do semiárido, segundo o secretário Saldanha. “Temos algumas ações já sendo executadas como entrega e venda de feno a preço subsidiado, além da distribuição de palma forrageira para plantio e reserva estratégica. Estamos buscando apoio de crédito para ajudar o pequeno produtor em momentos como esse, através do Banco do Nordeste, que opera o nosso Fundo de Desenvolvimento (FDNE)”.
Marcelo Passos, presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), descreve o cenário como triste e adverso. “Apesar da seca ocorrer quase que de forma perene no Rio Grande do Norte, a sua intensificação no litoral agreste impacta, principalmente, a produção da cana, levando também a uma diminuição de rebanhos e no empobrecimento das propriedade rurais. A produção de leite também fica bastante comprometida, o que pode acarretar em produtores saindo da atividade”, esclarece.
O Monitor de Secas realiza o acompanhamento regular e periódico da situação da seca, cujos resultados consolidados são divulgados por meio do Mapa do Monitor. Mensalmente, informações sobre o grau de severidade das secas no Brasil são disponibilizadas, com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.
#Fonte: Tribuna do Norte
RN Tem a Seca Mais Severa do Nordeste
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
25.9.21
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