Michel Temer, que vive dias de glória, ri de imitação do presidente Jair Bolsonaro no jantar de Naji Nahas em sua homenagemImagem: Reprodução
Vice-presidentes decorativos já tivemos muitos no Brasil. Um deles, Michel Temer, até reclamou disso para a então presidente Dilma Rousseff, quando já planejava tomar seu lugar.
Itamar Franco também foi vice decorativo de Fernando Collor, antes de ser chamado para ocupar sua cadeira, após o impeachment.
O atual, general Hamilton Mourão, também não orna muito o cargo, prefere agir mais nas sombras.
Mas acho que temos, pela primeira vez, um presidente decorativo, depois do fracasso do autogolpe de 7 de Setembro.
Nem promove mais os roles de motos, não sobe mais em caminhões de som para ameaçar ministros do STF, parece que desistiu da cloroquina e do voto secreto, ficou sem assunto.
Orientado e obscurecido por Temer, que vive seus dias de glória em saraus e lives, virou um ex-presidente em atividade, ao substituir o capitão raivoso por um outro Bolsonaro, que ficou irreconhecível, ninguém mais sabe quem é.
O presidente murchou, encolheu-se aos seus aposentos, não recebe mais ninguém de fora do governo e, para preencher a agenda, limita-se a cumprir despachos burocráticos com seus ministros.
Em nova versão light, Bolsonaro só não deixou de ser notícia, por ter mandado aquele novo Pazzuelo de jaleco suspender a vacinação de adolescentes.
Depois de ouvir alguns comentários na Jovem Pan, ele ligou para o ministro e falou dos perigos que os jovens estavam correndo ao serem vacinados, segundo a especialista Ana Paula do Vôlei.
Mais do que depressa, o encarregado da Saúde convocou uma confusa entrevista coletiva para repetir o que havia ouvido do chefe, sem entender, e sem maiores explicações deu a ordem para parar tudo.
Ainda bem que não foi obedecido pela maioria dos secretários estaduais.
Por mais calmantes e livros de autoajuda que tenham-lhe recomendado, Bolsonaro nunca deixará de ser aquele Bolsonaro que não perde uma chance para exercer sua ignorância, irresponsabilidade e arbítrio em relação às vacinas.
Provou-se depois que a causa da morte de uma adolescente vacinada em São Paulo nada tinha a ver com a imunização, mas o estrago já estava feito.
Não sei o que Temer falou para Bolsonaro e qual foi o acordo que teriam feito com Alexandre de Moraes, mas o fato é que o presidente ficou com mais medo sobre o seu futuro, olhando para os lados, pensando antes de falar, virou outra pessoa.
Fiquei até preocupado esta semana quando saiu o novo Datafolha. Com números tão negativos sobre a sua popularidade e menores chances de ser reeleito (perderia para todos os concorrentes no segundo turno), o capitão poderia ter uma recaída, mas ele se limitou a xingar o instituto e o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas, o novo inimigo número um, que substituiu o ministro Moraes, por óbvio, como diria o senador Randolfe Rodrigues.
Sem nada de positivo para apresentar em seu governo, Bolsonaro volta a acenar com o perigo do comunismo, se a esquerda voltar ao poder, a única bandeira que lhe restou empunhar, esquecendo-se que Lula já governou o país por oito anos e não mete mais medo em ninguém.
Semana que vem, o novo presidente vai fazer discurso na Assembleia da ONU, em Nova York, onde já prometeu dizer umas "verdades", para quem o acusa de destruir a Amazônia e dizimar as áreas de proteção das populações indígenas.
Para preparar o discurso, ele recebeu nada menos que quatro vezes em audiência o chanceler Carlos França. Menos mal que não falará de improviso, e o delirante Ernesto Araújo já tenha sido defenestrado do Itamaraty. Basta aprender a ler no teleprompter para não passarmos um novo vexame.
E assim termina esta semana atípica no governo, sem maiores crises até o momento, fora a tentativa de aumentar o imposto sobre operações financeiras (IOF), que deixou o mercado chateado, para financiar um Bolsa Família com outro nome.
Paulo Guedes, quem diria, virou um novo Robin Hood... Está ficando tudo muito esquisito.
Itamar Franco também foi vice decorativo de Fernando Collor, antes de ser chamado para ocupar sua cadeira, após o impeachment.
O atual, general Hamilton Mourão, também não orna muito o cargo, prefere agir mais nas sombras.
Mas acho que temos, pela primeira vez, um presidente decorativo, depois do fracasso do autogolpe de 7 de Setembro.
Nem promove mais os roles de motos, não sobe mais em caminhões de som para ameaçar ministros do STF, parece que desistiu da cloroquina e do voto secreto, ficou sem assunto.
Orientado e obscurecido por Temer, que vive seus dias de glória em saraus e lives, virou um ex-presidente em atividade, ao substituir o capitão raivoso por um outro Bolsonaro, que ficou irreconhecível, ninguém mais sabe quem é.
O presidente murchou, encolheu-se aos seus aposentos, não recebe mais ninguém de fora do governo e, para preencher a agenda, limita-se a cumprir despachos burocráticos com seus ministros.
Em nova versão light, Bolsonaro só não deixou de ser notícia, por ter mandado aquele novo Pazzuelo de jaleco suspender a vacinação de adolescentes.
Depois de ouvir alguns comentários na Jovem Pan, ele ligou para o ministro e falou dos perigos que os jovens estavam correndo ao serem vacinados, segundo a especialista Ana Paula do Vôlei.
Mais do que depressa, o encarregado da Saúde convocou uma confusa entrevista coletiva para repetir o que havia ouvido do chefe, sem entender, e sem maiores explicações deu a ordem para parar tudo.
Ainda bem que não foi obedecido pela maioria dos secretários estaduais.
Por mais calmantes e livros de autoajuda que tenham-lhe recomendado, Bolsonaro nunca deixará de ser aquele Bolsonaro que não perde uma chance para exercer sua ignorância, irresponsabilidade e arbítrio em relação às vacinas.
Provou-se depois que a causa da morte de uma adolescente vacinada em São Paulo nada tinha a ver com a imunização, mas o estrago já estava feito.
Não sei o que Temer falou para Bolsonaro e qual foi o acordo que teriam feito com Alexandre de Moraes, mas o fato é que o presidente ficou com mais medo sobre o seu futuro, olhando para os lados, pensando antes de falar, virou outra pessoa.
Fiquei até preocupado esta semana quando saiu o novo Datafolha. Com números tão negativos sobre a sua popularidade e menores chances de ser reeleito (perderia para todos os concorrentes no segundo turno), o capitão poderia ter uma recaída, mas ele se limitou a xingar o instituto e o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas, o novo inimigo número um, que substituiu o ministro Moraes, por óbvio, como diria o senador Randolfe Rodrigues.
Sem nada de positivo para apresentar em seu governo, Bolsonaro volta a acenar com o perigo do comunismo, se a esquerda voltar ao poder, a única bandeira que lhe restou empunhar, esquecendo-se que Lula já governou o país por oito anos e não mete mais medo em ninguém.
Semana que vem, o novo presidente vai fazer discurso na Assembleia da ONU, em Nova York, onde já prometeu dizer umas "verdades", para quem o acusa de destruir a Amazônia e dizimar as áreas de proteção das populações indígenas.
Para preparar o discurso, ele recebeu nada menos que quatro vezes em audiência o chanceler Carlos França. Menos mal que não falará de improviso, e o delirante Ernesto Araújo já tenha sido defenestrado do Itamaraty. Basta aprender a ler no teleprompter para não passarmos um novo vexame.
E assim termina esta semana atípica no governo, sem maiores crises até o momento, fora a tentativa de aumentar o imposto sobre operações financeiras (IOF), que deixou o mercado chateado, para financiar um Bolsa Família com outro nome.
Paulo Guedes, quem diria, virou um novo Robin Hood... Está ficando tudo muito esquisito.
#Fonte: BALAIO DO KOTSCHO, Uol
OPINIÃO!! A Semana em que Jair Bolsonaro Murchou e Virou um Presidente Decorativo
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
19.9.21
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