Já faz mais de ano que o Brasil não tem torcida regular em partidas de futebol. Desde o começo da pandemia de covid-19, alguns estádios do país viraram hospitais de campanha e depois passaram a receber jogos de portões fechados. Mas no restante do mundo não é necessariamente assim: já tem arquibancada por aí com mais de 50 mil pessoas —e sem nem precisar se preocupar com o coronavírus.
No
mês passado, 51.723 pessoas estiveram em um jogo de futebol australiano
entre Carlton Blues e Collingwood Magpies, uma das maiores rivalidades
do país. No estádio, a aglomeração estava liberada e ninguém precisava
nem sequer usar máscara. Não era uma quebra de protocolo, mas um evento
comum e autorizado (veja fotos acima).
A partida ocorreu em uma
região que já vive no pós-pandemia: o estado de Victoria não tinha
nenhum caso ativo de covid-19 no dia do jogo. A Austrália, aliás,
registrou apenas uma morte pela doença nestes quatro meses de 2021.
Já
há eventos esportivos acontecendo com torcida em um punhado de países
do mundo. Na Nova Zelândia, por exemplo, já em junho de 2020 havia
partidas de rúgbi com 42 mil pessoas, afinal, o país sempre esteve
praticamente livre da covid-19 (hoje, tem apenas 32 casos ativos da
doença).
Outro exemplo é Israel, no qual mais da metade da
população (56%) já está vacinada e completamente imunizada. Por lá, os
públicos do futebol ainda estão limitados a 5 mil pessoas, que precisam
comprovar terem sido vacinadas ou agendar um teste rápido horas antes da
partida.
Também já há futebol com público em vários países
europeus. A final da Copa da Liga Inglesa, por exemplo, receberá até 8
mil pessoas amanhã (25). Será um teste para a liberação de até 10 mil
torcedores nos grandes estádios, prevista para ocorrer na metade de
maio. Flexibilizações desse tipo são possíveis porque o Reino Unido
registrou apenas 180 pessoas mortas com covid-19 na última semana (no
Brasil, para comparação, foram mais de 20 mil no mesmo período).
O
recorde de público em eventos esportivos durante a pandemia talvez seja
da Índia, que também no mês passado teve dois jogos de críquete com
público de 66 mil e 67 mil pessoas em um estádio com capacidade para 130
mil. No entanto, ao contrário de Austrália, Israel e Nova Zelândia, o
país vive nova alta de casos: foram 7.875 óbitos na semana passada (no
Brasil foram quase três vezes mais).
O maior público em tempos de
covid-19, no entanto, em breve será dos Estados Unidos. Nesta semana,
os organizadores anunciaram ocupação de até 40% do Circuito de
Indianápolis para as 500 Milhas deste ano —o evento pode receber até 135
mil pessoas em 30 de maio. O estado de Indiana registra dez mortes por
covid-19 na média móvel de mortes —a do Brasil passa de 2,5 mil.
A
maioria dos países citados vive situações muito diferentes da do Brasil
neste momento da pandemia. Austrália e Nova Zelândia praticamente não
têm mais mortes por covid-19; Israel é o país que lidera a vacinação no
mundo; e no Reino Unido, os casos da doença são 4% do que foram no auge
da segunda onda. Os EUA já vacinaram totalmente 27% da população;
enquanto o Brasil ainda não passou de 4,4%. A Índia, pelo contrário,
vive seu pior momento em toda a pandemia (mas nem assim o número de
mortes registradas chega perto das estatísticas do Brasil).
#Fonte: Uol
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