Paulo Marinho, que esteve diretamente envolvido na campanha presidencial que elegeu Jair Bolsonaro / Foto: Ricardo Borges/UOL
O empresário Paulo Marinho disse hoje em entrevista ao UOL que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) é um “governo de família”
“Nunca
vi na Presidência da República um presidente ser assessorado por três
filhos dentro do Planalto. Ali é um governo de família do Brasil”, disse
Marinho, que é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB e suplente de Flávio Bolsonaro (Republicanos) no Senado.
Na avaliação de Marinho, ex-aliado e apoiador de Jair Bolsonaro, a situação do governo federal hoje é “muito ruim”, sobretudo após a saída de Sergio Moro,
ex-ministro da Justiça. Para o empresário, essa gestão familiar ficou
explícita “naquela reunião da semana passada”, em referência ao encontro
ministerial de 22 de abril, cujo conteúdo veio à tona no inquérito que
apura supostas interferências do presidente na Polícia Federal.
“Nem cabe comentário, aquela reunião fala por si
Paulo Marinho, empresário e pré-candidato à Prefeitura do Rio.
Na
ocasião, o presidente disse que não iria esperar ninguém “foder com a
minha família”. Segundo o Moro que também é investigado no inquérito,
essa fala revelaria a tentativa de intervenção na na PF (Polícia
Federal) para o presidente proteger sua família de investigações.
Marinho revelou que sente uma decepção imensa com o governo de Bolsonaro.
“Quando o mundo voltar a funcionar, já estaremos no final do ano.
Praticamente o governo dele está indo para mais da metade e até agora
ele não fez nada, só confusão”, afirmou o empresário.
“A
melhor definição foi de um deputado baiano, que disse que seria o
melhor interlocutor para falar com o presidente porque lá ele era
chamado de doido e só um doido para falar com outro doido
O
empresário também afirmou que, já durante a campanha, percebia que a
imagem de “mito”, muito utilizada pelos seguidores de Bolsonaro, não
correspondia à realidade. “Nunca achei que ele fosse o mito”, afirmou.
Covardia com Bebianno
Marinho disse que a demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência da República motivou suas denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro.
Na
sua avaliação, a demissão teve “requintes de covardia” com o então
aliado, que foi braço direito do presidente em sua campanha eleitoral de
2018 e morreu após um infarto em março deste ano.
“A demissão do Gustavo do governo, o presidente Bolsonaro, tanto ele quanto os filhos, foram em um requinte de covardia com o Bebianno que é uma coisa indescritível.
Marinho defende renúncia de Flávio
O
empresário negou que tenha feito as denúncias contra Flávio por conta
de seu cargo de suplente na mesma chapa. Na entrevista, ele defendeu que
o filho mais velho do presidente renuncie ao cargo, e, se isso se
confirmar, ele também deixaria o posto da suplência.
O senador Flávio Bolsonaro,
diante de tantas dúvidas que pairam sobre ele e o principal colaborador
dele no gabinete, acho que ele não tem condições de continuar exercendo
o cargo de senador. Se ele renunciar ao mandato em cima do que está
acontecendo hoje, eu renuncio na mesma hora. Aí não há como duvidar de
que eu não quero o lugar dele”, afirmou Marinho.
UOl
QUEM GOVERNA É A FAMÍLIA, NÃO BOLSONARO, DIZ EMPRESÁRIO PAULO MARINHO
Reviewed by Canguaretama De Fato
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27.5.20
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