Mais de 400 entidades da sociedade civil, além de
personalidades públicas como juristas, políticos e os partidos de
oposição PT, PCdoB, PSOL, PCB, PCO, PSTU e UP, entregam às 11h desta
quinta-feira, 21, um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro à Câmara
dos Deputados. Ele é acusado de cometer crimes de responsabilidade e
atentar contra a saúde pública ao violar recomendações da Organização
Mundial da Saúde (OMS) - já estimulou e compareceu, por exemplo, a
manifestações de rua, enquanto, segundo autoridades médicas,
aglomerações aumentam a propagação do coronavírus.
Outros argumentos para a instalação do processo contra Bolsonaro por
crimes de responsabilidade são os discursos dele contra o Supremo
Tribunal Federal, a convocação de empresários para a "guerra contra
governadores" à frente da Covid-19, o bloqueio da compra de respiradores
e outros equipamentos de saúde por estados e municípios, o apoio à
milícia paramilitar "Acampamento dos 300", incitação de sublevação das
Forças Armadas contra a democracia, além de pronunciamentos e atos
durante a pandemia que configuram crimes contra a saúde pública.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) é uma das entidades que
assinam o pedido de impeachment. "Esta é uma iniciativa diferente de
outros pedidos de impeachment já realizados porque tem um peso político e
social, uma vez que reúne um amplo campo unitário de organizações do
movimento popular, social e da juventude, além dos principais partidos
de oposição no País", disse a Fenaj no Facebook.
Entre as organizações que apoiam o pedido de afastamento dele estão o
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
, Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, Central de
Movimentos Populares, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento das Mulheres
Camponesas, Andes – Sindicato Nacional, Fasubra, Movimento Negro
Unificado, Associação Brasileira de Travestis e Transexuais, além de
juristas como Celso Antonio Bandeira de Melo, Lênio Streck, Pedro
Serrano, Carol Proner e os ex-ministros da Justiça Tarso Genro, José
Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão.
De acordo com a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann
(PR), "Bolsonaro não tem condições políticas, administrativas e humanas
de governar o Brasil. Briga com todo mundo o tempo inteiro e não protege
o povo". "Tem de ser impedido", afirmou.
Os partidos de oposição, juristas e organizações sociais também
acusam ainda Bolsonaro de crimes contra o livre exercício dos poderes
constitucionais, contra o livre exercício dos direitos políticos,
individuais e sociais, contra a segurança interna do país e contra a
probidade administrativa. É o primeiro pedido de impeachment
suprapartidário e de amplos setores da sociedade brasileira e não de
apenas um partido ou parlamentar.
Câmara Federal Recebe Primeiro Pedido Coletivo de Impeachment de Bolsonaro
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
21.5.20
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