Segundo
o secretário estadual de Saúde, Cipriano Maia, o medicamento está sendo
utilizado de acordo com todos o protocolos determinados pelo Ministério
da Saúde.Foto: Marcello Casal/ABr
O Rio Grande do Norte está
utilizando a cloroquina no tratamento de pacientes internados em
decorrência do novo coronavírus. A droga, que é uma das utilizadas em
todo o mundo no combate à Covid-19, está sendo
disponibilizada aos pacientes pela rede pública de Saúde através de 11
hospitais que fazem parte do Plano de Contingência estadual em Natal,
Parnamirim, Caicó, Currais Novos, Mossoró e Pau dos Ferros. Também está ocorrendo a utilização do medicamento em pacientes na rede privada.
Mesmo sem a
eficácia cientificamente comprovada, o Rio Grande do Norte também
decidiu pela utilização da droga.
Em
nota técnica da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), ficou
definido o fluxo de dispensação de cloroquina para pacientes com
Covid-19 no Estado. A nota leva em consideração que não existe “terapias
farmacológicas e imunobiológicos específicos para Covid-19″, além da
taxa de letalidade da doença em indivíduos de idade avançada “em razão
da insuficiência de alternativas terapêuticas para essa população em
específico”.
O
Ministério da Saúde disponibilizou para uso, a critério médico, a
cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves, em
pacientes hospitalizados, sem abrir mão de outras medidas de suporte,
inclusive a utilização de outros medicamentos. A medida do Ministério
considera que não existe outro tratamento específico eficaz disponível
no momento e que “há dezenas de estudos clínicos nacionais e
internacionais em andamento, avaliando a eficácia e segurança de
cloroquina/hidroxicloroquina para infecção por Covid-19″. Assim, não
está descartada a hipótese de que o uso deixe de ser indicado,
dependendo de novas evidências científicas.
Fluxo para solicitação
A
Unicat definiu, através da nota, que o fluxo para solicitação da
cloroquina enviada pelo Ministério da Saúde será através dos hospitais
listados no Plano de Contingência Estadual, que são o Hospital Regional
do Seridó (Caicó), Hospital Cleodon Carlos Andrade (Pau dos Ferros),
Deoclécio Marques (Parnamirim), Tarcísio Maia (Mossoró), Rafael
Fernandes (Mossoró), Dr. Mariano Coelho (Currais Novos), Maria Alice
Fernandes (Natal), Giselda Trigueiro (Natal), Hospital da Polícia
Militar (Natal), Santa Catarina (Natal) e o Hospital Colônia Dr. João
Machado (Natal).
Segundo o secretário
estadual de Saúde, Cipriano Maia, o medicamento está sendo utilizado de
acordo com todos os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde,
que sugere o uso para pacientes hospitalizados na forma grave da doença,
apresentando dificuldades respiratórias, e os que estão em situação
crítica, com falência respiratória, choque séptico e/ou disfunção de
múltiplos órgãos.
“(A rede de saúde)
Está usando com base nos protocolos. Quem decide é a equipe médica, que
tem autonomia para utilizar. É uma decisão dos médicos que atuam no
serviço, isso tanto no público quanto no privado”, explicou Cipriano
Maia.
Pacientes internados
Atualmente,
o Rio Grande do Norte tem 108 pessoas internadas em decorrência do novo
coronavírus. Na rede pública, há uma pessoa com caso confirmado e
quatro suspeitos em UTI, enquanto 25 estão em unidades semi-intensivas
(3 confirmados) e 30 pessoas internadas em leitos clínicos. Já na rede
privada, são 23 pessoas em UTI, sendo 12 casos confirmados. Há ainda
cinco casos confirmados em leitos clínicos, quatro suspeitos em unidades
semi-intensivas e 16 casos suspeitos em leitos clínicos.
Utilização ainda não é unânime
O
diretor do hospital Giselda Trigueiro, o médico infectologista André
Prudente, informou que desde o início da pandemia que o medicamento já
tem sido ministrado aos pacientes que deram entrada na unidade. O médico
defende que, ao contrário do estabelecido neste momento, com o uso
somente para pacientes graves, o medicamento seja utilizado em pacientes
que estão em estágio inicial da doença.
“É
um medicamento que deve ser usado principalmente quando os quadros se
iniciam. Há muito mais eficácia do que para tirar as pessoas da
gravidade. Isso tem sido discutido, para ampliar essa indicação, mesmo
em casos leves, para evitar a evolução a complicações”, disse o médico
em entrevista a InterTV Cabugi nesta quinta-feira (9).
HOSPITAIS DO RN UTILIZAM CLOROQUINA EM PACIENTES COM COVID-19
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
11.4.20
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