Em espantoso ato de irresponsabilidade, presidente rompe anunciando isolamento em que estava em razão de risco de contaminação pelo coronavírus e cai nos braços da galera. O mundo se prepara para enfrentar o mal. No Brasil, um arruaceiro toma decisões que podem espalhá-loImagem: Reprodução/Redes sociais
Enquanto escrevo, já são 191 as pessoas com a Covid-19 no Brasil. Em 24 horas, confirmaram-se 70 novos casos.
No cenário de horror que vive a Itália, registraram-se 368 mortes só neste domingo. Já são 24.747 as pessoas com a doença — 3.590 a mais em um dia. Os mortos somam 1.809.
Nos Estados Unidos, o Banco Central baixou para zero neste domingo os juros para tentar estimular a economia, em ação coordenada com os bancos centrais Europeu, do Canadá, do Japão e da Suíça.
O mundo inteiro adota políticas de prevenção, e os respectivos governos e governantes recomendam que suas populações evitem aglomerações desnecessárias e adotem as medidas preventivas para conter a expansão do novo coronavírus.
Os homens e mulheres que comandam a economia já há tempos adotaram um conjunto de procedimentos para minorar os efeitos da pandemia.
O Brasil, no entanto, vive uma circunstância muito particular. Estamos sob a égide de um grupo de psicopatas. Sim, essa gente chegou ao poder pelas urnas, o que não quer dizer que possam fazer qualquer coisa. Aliás, justamente porque foi a democracia que os colocou lá, eles têm limites. Ou "ele"! É só na tirania que o tirano e seus amigos fazem o que lhe dá na telha.
O Ministério da Saúde comportou-se até aqui com correção e calma. Evitou o pânico, mas jamais negou a gravidade do mal. Desde a live e do pronunciamento oficial de quinta-feira, no entanto, já estava claro que o presidente Jair Bolsonaro e os celerados que açulam suas milícias digitais estavam dedicados a uma operação malandra. Perigosamente malandra.
O presidente, para todos os efeitos, desestimulou os protestos contra o Congresso e o Supremo nas duas circunstâncias, mas ressaltando o seu suposto caráter democrático, o que é mentira. Na prática, dizia: "Vão protestar".
Nas redes, as páginas mais ativas do bolsonarismo e com vinculação conhecida com o Planalto incentivavam abertamente a realização do protesto, não sem sugerir que essa conversa de coronavírus é só uma conspiração da China, em associação com os comunistas e com o globalismo, para dar um golpe mundial contra os verdadeiros patriotas.
Como evidenciam suas ações, nem Donald Trump, que inventou o Deus cultuado por Bolsonaro — segundo Ernesto Araújo — entrou no modo "negação". Ao contrário: em ano eleitoral, tomou medidas muito duras em favor da contenção.
Ou por outra: a "desmobilização" promovida por Bolsonaro era de mentirinha. Ele queria seus fanáticos nas ruas e criou as circunstâncias para produzir a falsa evidência de que são manifestações espontâneas. De todos os protestos organizados pela extrema-direita, note-se, este foi o menor. E também o mais aloprado.
O que se ouviu foi a voz de pessoas que não acreditam na pandemia, que estão certas de que tudo não passa de uma conspiração, que defendem o fechamento do Congresso e do Supremo e que, como muitos deixaram claro!, querem a decretação de um novo AI-5. O bolsonarismo de rua se reduziu hoje aos defensores abertos do golpe.
O presidente, então, resolveu cair nos braços da galera. Embora se tenha anunciado que estava oficialmente em isolamento, aguardando prazo para realizar novo teste para a presença de coronavírus, ele participou do protesto em Brasília, entrou em contato físico com apoiadores, manipulou o celular de muitos deles para fazer self e, na prática, incentivou manifestações de rua país afora.
Internautas, pensem aí com seus botões: um político assim reúne as condições políticas, morais, éticas e mentais para ser presidente da República? É o mesmo líder que, na terça, atribuiu a exagero da "grande mídia" os receios provocados pelo coronavírus. Na quarta-feira, três membros de sua comitiva desembarcavam no país com a Covid-19 — Fábio Wajngarten, senador Nelsinho Trad e advogada Karina Kufa. Um quarto, Nestor Forster, futuro embaixador do Brasil em Washington, permaneceu, doente, nos EUA.
Enquanto o mundo se organiza para enfrentar a pandemia, o irresponsável que ocupa a cadeira de presidente da República incentiva, na prática, a expansão do vírus. A pergunta que tem de ser feita: até quando um arruaceiro dessa espécie vai abusar da paciência da democracia?
Tradutor: Até quando Bolsonaro, o espalha vírus, abusará da paciência da democracia?
Enquanto escrevo, já são 191 as pessoas com a Covid-19 no Brasil. Em 24 horas, confirmaram-se 70 novos casos.
No cenário de horror que vive a Itália, registraram-se 368 mortes só neste domingo. Já são 24.747 as pessoas com a doença — 3.590 a mais em um dia. Os mortos somam 1.809.
Nos Estados Unidos, o Banco Central baixou para zero neste domingo os juros para tentar estimular a economia, em ação coordenada com os bancos centrais Europeu, do Canadá, do Japão e da Suíça.
O mundo inteiro adota políticas de prevenção, e os respectivos governos e governantes recomendam que suas populações evitem aglomerações desnecessárias e adotem as medidas preventivas para conter a expansão do novo coronavírus.
Os homens e mulheres que comandam a economia já há tempos adotaram um conjunto de procedimentos para minorar os efeitos da pandemia.
O Brasil, no entanto, vive uma circunstância muito particular. Estamos sob a égide de um grupo de psicopatas. Sim, essa gente chegou ao poder pelas urnas, o que não quer dizer que possam fazer qualquer coisa. Aliás, justamente porque foi a democracia que os colocou lá, eles têm limites. Ou "ele"! É só na tirania que o tirano e seus amigos fazem o que lhe dá na telha.
O Ministério da Saúde comportou-se até aqui com correção e calma. Evitou o pânico, mas jamais negou a gravidade do mal. Desde a live e do pronunciamento oficial de quinta-feira, no entanto, já estava claro que o presidente Jair Bolsonaro e os celerados que açulam suas milícias digitais estavam dedicados a uma operação malandra. Perigosamente malandra.
O presidente, para todos os efeitos, desestimulou os protestos contra o Congresso e o Supremo nas duas circunstâncias, mas ressaltando o seu suposto caráter democrático, o que é mentira. Na prática, dizia: "Vão protestar".
Nas redes, as páginas mais ativas do bolsonarismo e com vinculação conhecida com o Planalto incentivavam abertamente a realização do protesto, não sem sugerir que essa conversa de coronavírus é só uma conspiração da China, em associação com os comunistas e com o globalismo, para dar um golpe mundial contra os verdadeiros patriotas.
Como evidenciam suas ações, nem Donald Trump, que inventou o Deus cultuado por Bolsonaro — segundo Ernesto Araújo — entrou no modo "negação". Ao contrário: em ano eleitoral, tomou medidas muito duras em favor da contenção.
Ou por outra: a "desmobilização" promovida por Bolsonaro era de mentirinha. Ele queria seus fanáticos nas ruas e criou as circunstâncias para produzir a falsa evidência de que são manifestações espontâneas. De todos os protestos organizados pela extrema-direita, note-se, este foi o menor. E também o mais aloprado.
O que se ouviu foi a voz de pessoas que não acreditam na pandemia, que estão certas de que tudo não passa de uma conspiração, que defendem o fechamento do Congresso e do Supremo e que, como muitos deixaram claro!, querem a decretação de um novo AI-5. O bolsonarismo de rua se reduziu hoje aos defensores abertos do golpe.
O presidente, então, resolveu cair nos braços da galera. Embora se tenha anunciado que estava oficialmente em isolamento, aguardando prazo para realizar novo teste para a presença de coronavírus, ele participou do protesto em Brasília, entrou em contato físico com apoiadores, manipulou o celular de muitos deles para fazer self e, na prática, incentivou manifestações de rua país afora.
Internautas, pensem aí com seus botões: um político assim reúne as condições políticas, morais, éticas e mentais para ser presidente da República? É o mesmo líder que, na terça, atribuiu a exagero da "grande mídia" os receios provocados pelo coronavírus. Na quarta-feira, três membros de sua comitiva desembarcavam no país com a Covid-19 — Fábio Wajngarten, senador Nelsinho Trad e advogada Karina Kufa. Um quarto, Nestor Forster, futuro embaixador do Brasil em Washington, permaneceu, doente, nos EUA.
Enquanto o mundo se organiza para enfrentar a pandemia, o irresponsável que ocupa a cadeira de presidente da República incentiva, na prática, a expansão do vírus. A pergunta que tem de ser feita: até quando um arruaceiro dessa espécie vai abusar da paciência da democracia?
Tradutor: Até quando Bolsonaro, o espalha vírus, abusará da paciência da democracia?
#Fonte: Coluna Reinaldo Azevedo, Uol
IRRESPONSÁVEL! Espalha-Vírus Arruaceiro: Até Quando Bolsonaro Abusará da Paciência da Democracia?
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
16.3.20
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