Presidente da República, Jair Bolsonaro, e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta – Foto: Isac Nóbrega/PR
Próximos 15 dias serão determinantes para mostrar quem está certo, na avaliação do entorno do titular da Saúde
Aliados do ministro Luiz Henrique Mandetta preveem uma escalada dos conflitos com o presidente Jair Bolsonaro,
mas têm pedido “cautela” e que o comandante da Saúde resista no cargo. A
avaliação é de que os próximos 15 dias serão determinantes para mostrar
quem está certo: se o ministro da Saúde ou o presidente da República.
Pessoas próximas a Mandetta
disseram ao GLOBO que, durante a semana, o ministro chegou a
classificar a situação como “insustentável”. Conselheiros, então, entre
os quais o presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), reforçaram os apelos para ele “aguente o tranco” e “toque o
barco”. A avaliação unânime levada a Mandetta é a de que, hoje, os
brasileiros confiam no ministro e precisam do trabalho que ele tem
desempenhado.
Análise:Tour de Bolsonaro humilha Mandetta e confunde população sobre precauções contra coronavírus
Os próximos 15 dias são considerados cruciais. Se a população seguir as orientações de Bolsonaro e voltar às ruas, abrindo caminho para o aumento de mortes por conta da Covid-19, Mandetta pode ganhar fôlego, avalia o entorno do ministro.
Segundo relatos, Mandetta foi à reunião ministerial no Palácio do Alvorada, no sábado, com o objetivo de saber se Bolsonaro
continuaria lhe dando carta branca e liberdade para seguir defendendo
medidas baseadas na ciência e na medicina. Do contrário, não teria
condições de permanecer à frente do ministério.
O movimento de Mandetta, de acordo com aliados, foi respaldado por seus principais auxiliares no Ministério da Saúde, o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, e o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira.
A resposta, dizem aliados, veio com a coletiva à imprensa de Mandetta
no próprio sábado, em que o ministro reafirmou a defesa do isolamento
social, repudiou a versão de que a hidroxicloroquina é a cura para
doença e criticou os atos pela reabertura do comércio pelo país.
Neste domingo, Bolsonaro
decidiu sair do Palácio da Alvorada para o que chamou de tour
“aleatório” pelo Distrito Federal. O presidente parou em vários pontos
da cidade, entre comércios abertos e locais de ambulantes, para
cumprimentar apoiadores.
A visita do presidente a locais com concentração de pessoas foi vista como mais um gesto para desautorizar Mandetta.
A aliados, no entanto, o ministro da Saúde indicou que seguirá usando
as entrevistas coletivas à imprensa para reforçar recomendações
técnicas.
A mudança de postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
também é apontada como importante sinal de isolamento de Bolsonaro.
Neste domingo, ele pediu para a população americana ficar em casa até 30
de abril. A diretriz anterior era de encerrar o isolamento na Páscoa,
no dia 12.
#Fonte: Globo.com
ALIADOS PEDEM QUE MINISTRO DA SAÚDE, LUIZ MANDETTA RESISTA NO CARGO
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
30.3.20
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