Foto: Arquivo/Agência Brasil
A praticamente duas semanas do recesso parlamentar, mil prefeitos
movimentam Brasília nesta terça-feira (2). Com as malas cheias de
pedidos para deputados e senadores, eles estão reunidos no auditório
Petrônio Portela, no Senado.
Desta vez, o ponto principal da mobilização tem a ver com a chamada
Proposta de Emenda à Constituição(PEC 188/129) do Pacto Federativo. A
PEC, enviada pelo governo ao Congresso, propõe a extinção de municípios
que não atingirem, em 2023, o limite de 10% dos impostos sobre as
receitas totais e que tenham população de até cinco mil habitantes.
Desde que chegou ao Senado, o texto e os critérios propostos para a
medida, têm sido criticados pela Confederação Nacional dos Municípios
(CNM). A entidade realizou um estudo para avaliar os impactos da
proposta.
De acordo com o levantamento, os municípios com até 50 mil habitantes
correspondem a 87,9% do território, sendo responsáveis por grande parte
da produção brasileira. Os que têm população de até cinco mil
habitantes são 1.252, ou seja, 22,5% das cidades. Desses, 1.217 (97%)
não atingiriam o limite de 10% dos impostos sobre suas receitas totais.
Senadores ouvidos pela Agência Brasil, no entanto, avaliaram como
nulas as chances de a proposta avançar na Casa ainda este ano ou em
2020, de eleições municipais.
Outras demandas
A lista de demandas de prefeitos no Congresso é extensa. Só no
Senado, ela incluiu ainda a votação da proposta que trata da execução
direta de emendas individuais parlamentares e a Nova Lei de Licitações.
No caso das emendas individuais, a expectativa é que a medida reduza a
burocracia e as taxas, que, segundo a CNM, chegam a 12% da gestão dos
convênios de repasse das emendas parlamentares individuais impositivas.
Sem necessidade de convênio ou instrumento semelhante, o recurso poderá
ser transferido diretamente para os municípios e os estados.
Os prefeitos defendem que a distribuição dos valores fundo a fundo
garante maior transparência, efetividade e qualidade nos gastos. Eles
argumentam ainda que as emendas levam, em média, 36 meses para serem
executadas. Se aprovadas, os gestores esperam que, com as mudanças, o
dinheiro chegue aos municípios mais rapidamente.
Já a Nova Lei de Licitações (Projeto 1.292/95 e apensados) – aprovada
na Câmara – é outra matéria que os municipalistas querem apoio e
celeridade no Senado. O texto cria modalidades de contratação, exige
seguro-garantia para grandes obras, tipifica crimes relacionados ao
assunto e disciplina vários aspectos do tema para as três esferas de
governo (União, estados e municípios).
Pela proposta, o administrador poderá contar com modalidades de
licitação diferentes das atuais, e a inversão de fases passa a ser a
regra: primeiro são julgadas as propostas e depois são cobrados os
documentos de habilitação do vencedor.
Câmara
Na lista de cobranças à Câmara está a votação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 133/2019 – a chamada PEC paralela da Previdência.
Entre outros pontos, a medida inclui estados e municípios na Reforma da
Previdência. Pelo texto aprovado no Senado, estados, Distrito Federal e
municípios podem adotar integralmente as mesmas regras aplicáveis ao
regime próprio de Previdência Social da União por meio de lei ordinária.
Há ainda o acréscimo de 1% do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) nos Impostos de Renda (IR) e Sobre Produtos Industrializados (IPI)
de setembro. A proposta foi aprovada em comissão especial da Câmara em
junho e, na mobilização de setembro dos prefeitos, o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se comprometeu a pautar a PEC.
Como não sofreu modificações, o texto precisa apenas ser aprovado no
plenário da Casa e, se não houver mudanças, vai direto para promulgação.
Se ocorrer ainda neste ano, passa a valer em 2020 de forma escalonada:
0,25% no primeiro e no segundo ano; 0,5% no terceiro; e 1% a partir do
quarto.
Estimativas apontam que o Fundo de Participação dos Municípios pode crescer até R$ 5,6 bilhões a partir de 2023.
#Fonte: Agência Brasil
Prefeitos se mobilizam em Brasília contra extinção de municípios
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
3.12.19
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