Mortes de indígenas é de responsabilidade das autoridades do governo federal, diz Cimi – Foto: Francois Lenoir/Reuters
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
ligado à Igreja Católica, emitiu neste domingo uma nota pública com
duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro, à Fundação Nacional do
Índio (Funai) e ao Ministério da Justiça depois que a morte de um terceiro índio foi registrada no país em menos de 24 horas. Humberto Peixoto,
do povo Tuyuca, do Amazonas, foi vítima de espancamento a pauladas na
última segunda-feira, em Manaus, e veio a óbito neste sábado.
Peixoto
trabalhava na Cáritas Arquidiocesana do Amazonas como catequista e a
motivação do crime ainda é investigada. O Cimi responsabiliza
diretamente Jair Bolsonaro e seu governo pelas mortes
recentes de indígenas no País. “As autoridades do governo federal tem
negado os direitos indígenas, incitado o preconceito e o ódio na
população e acobertado a invasão dos territórios e a violência física
contra os povos”, diz trecho da nota.
Em
outro trecho, o Conselho lembra que o ministro das Minas e Energia
disse que estava preparando um Projeto de Lei para ser enviado ao
Congresso com o objetivo de regulamentar a exploração de minérios e
outras atividades da agropecuária nos territórios indígenas.
“Os
direitos dos povos indígenas têm sido negociados e entregues à bancada
ruralista, que já tem o controle das ações da Funai em Brasília e nas
regiões. Nestes últimos dias, o atual presidente da Funai, Marcelo
Xavier, determinou que todos os servidores sejam obrigados a solicitar
sua autorização para prestar assistência às comunidades indígenas, além
de proibir o deslocamento de servidores a terras indígenas não
homologadas e registradas” diz trecho da nota.
Ainda
segundo avaliação do Conselho, o Ministério da Justiça, ao qual a Funai
é subordinada, “está omisso e o ministro Sérgio Moro se nega a receber
os representantes indígenas que têm solicitado audiências para resolver
pendências territoriais”.
Ataques aos Guajajara
Neste
sábado, um grupo de lideranças indígenas Guajajara retornava de uma
reunião com a Funai e a Eletronorte quando foram atingidos por vários
disparos de arma de fogo na BR-226, no município de Jenipapo dos
Vieiras. Dois deles morreram no mesmo dia e outros dois ficaram
gravemente feridos.
No dia 1º de novembro, outro líder indígena da região, Paulo Paulino Guajajara, foi assassinado dentro da TI Araribóia, também no Maranhão. Ele foi atacado por invasores durante uma emboscada.
#Fonte: Estadão
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO RESPONSABILIZA GOVERNO BOLSONARO POR MORTE DE ÍNDIOS
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
9.12.19
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