O papa Francisco
afirmou nesta segunda-feira (7) que a sociedade moderna deve respeitar
os indígenas e evitar as colonizações que serviram para dividir e
“aniquilar os povos originários, demonstrando todo o desprezo por eles”.
Ele lembrou a experiência argentina, seu país de origem, onde os povos
originários sofreram e sofrem, ainda hoje, com atitudes depreciativas. A
declaração foi dada durante a abertura dos trabalhos da Assembleia
Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica.
“Viemos
para contemplar, compreender, servir os povos e fazemos percorrendo um
caminho sinodal, não numa mesa-redonda, em conferências ou em discursos,
mas em sínodo. Porque um sínodo não é um parlamento, um locutório, é um
caminhar juntos sob a inspiração do Espírito Santo”, afirmou o
pontífice.
Ele explicou que o Sínodo para a Amazônia tem quatro
dimensões: pastoral, cultural, social e ecológica. “A primeira é
essencial porque abarca tudo e vemos a realidade da Amazônia com olhos
dos discípulos, mas também com olhos missionários.”
Papa Francisco participa do sínodo da Amazônia no Vaticano 07/10/2019 /Foto: Reuters /Remo Casilli. Foto: Andreas SOLARO/AFP)
O
papa disse que os povos da Amazônia não deveriam ser “abordados com um
tipo de anseio empresarial que procura lhes dar programas preconcebidos
que visam discipliná-los” e às suas história e cultura.
“A colonização ideológica é muito comum hoje… (vamos dizer) ‘não’ a esse anseio de domesticar povos originais”, disse.
Francisco,
que já pediu perdão em nome da Igreja pelos erros de missionários
europeus que acompanharam os primeiros colonizadores, disse que, durante
muito tempo, muitos da Igreja tiveram uma atitude “depreciativa” em
relação a povos nativos e suas culturas, e que alguns ainda têm.
“Fiquei
muito triste de ouvir, bem aqui, um comentário debochado sobre aquele
homem pio que trouxe oferendas com penas na cabeça”, contou, falando de
um nativo da Amazônia que participou de uma missa papal no domingo.
“Digam-me:
que diferença existe entre ter penas na cabeça e o chapéu de três
pontas usado por algumas autoridades dos nossos (departamentos do
Vaticano)?”
O sínodo de três semanas debaterá a disseminação da fé
na Amazônia, um papel maior para as mulheres, a proteção ambiental, a
mudança climática, o desmatamento, os povos indígenas e seu direito de
manter suas terras e tradições.
Ele acontece no momento em que a
Amazônia está sob os holofotes de todo o mundo por causa dos incêndios
devastadores no Brasil. Na missa de abertura de domingo, Francisco disse que os incêndios foram ateados intencionalmente por grupos de interesse.
Presente ao encontro, o cardeal brasileiro Claudio Hummes
disse em seu discurso à reunião de cerca de 260 pessoas –a maioria
bispos de países amazônicos– que a Igreja tem que estar aberta à
mudança.
“A Igreja não pode permanecer inativa dentro de seu
próprio círculo fechado, focada em si mesma, cercada por muros de
proteção, e ainda menos olhar nostalgicamente para o passado”, afirmou.
#Fonte: Agência Brasil e Terra
PAPA FRANCISCO PEDE RESPEITO A INDÍGENAS EM ABERTURA DE SÍNODO DA AMAZÔNIA
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
8.10.19
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