Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
A utilização da capacidade de operação da indústria da construção foi
de 62% em setembro, o maior nível desde dezembro de 2014, e o menor dos
últimos cinco anos, aponta a Sondagem Indústria da Construção,
divulgada hoje (25), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador de utilização cresceu 4 pontos percentuais em setembro
frente a agosto e mantém o cenário de melhora, que vem ocorrendo desde o
início do ano. A CNI ressalta que os dados não sugerem aceleração na
recuperação, mas apenas continuidade dos resultados alcançado até agora.
De acordo com a pesquisa, o índice de evolução da atividade ficou em
49,5 pontos em setembro, o maior nível desde 2013. O indicador de
evolução do número de empregados ficou em 47,5 pontos no mês passado e
está 3,6 pontos acima da média histórica e 2,4 pontos maior do que o
registrado em setembro de 2018.
A CNI observa que, mesmo abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que
indica queda ou crescimento, os dois índices superam as médias
históricas. Segundo a entidade, isso sugere que há sinais de recuperação
na atividade e no emprego.
Perspectivas
Os empresários continuam com perspectivas positivas. Todos os
indicadores de expectativas estão acima dos 50 pontos, mostrando que os
empresários esperam o aumento do nível de atividade, dos novos
empreendimentos e serviços, da compra de matérias-primas e do emprego no
setor nos próximos seis meses.
A confiança no setor também se mantém elevada, acima da linha
divisória dos 50 pontos que separa a confiança da falta de confiança. O
índice de confiança do empresário industrial da construção
(Icei-Construção) ficou em 58,8 pontos neste mês, 5,3 pontos acima da
média histórica.
Mesmo assim, a disposição para os investimentos segue baixa.
Oscilando em torno de 35 pontos desde o início do ano, em outubro, o
índice de intenção de investimento ficou em 36,2 pontos. Mesmo com a
queda de 1 ponto em relação a setembro, o indicador permanece 2,4 pontos
acima da média histórica. O índice varia de 0 a 100 pontos e quanto
maior o valor, maior a disposição para fazer investimentos.
Obstáculos
A elevada carga tributária, a falta de demanda e o excesso de
burocracia lideram a lista dos principais obstáculos enfrentados pela
indústria da construção no terceiro trimestre deste ano. No ranking, a
carga tributária ficou em primeiro lugar, com 41,1% das respostas dos
empresários. Em segundo, com 35,5% das menções, aparece a demanda
interna insuficiente, e, em terceiro, com 30,5% das assinalações, os
industriais citam o excesso de burocracia.
O crescimento de 6,3 pontos percentuais no número de menções ao
excesso de burocracia despertou a atenção da CNI. O problema, que
ocupava o quinto lugar na lista do segundo trimestre, subiu para o
terceiro posto no ranking.
Condição financeira
A sondagem informa ainda que as condições financeiras das empresas
também melhoram no terceiro trimestre, apesar de permanecerem abaixo da
linha divisória de 50 pontos, sugerindo insatisfação. O índice de
satisfação com a margem de lucro ficou em 36,8 pontos no terceiro
trimestre e está 0,7 ponto acima do registrado em igual período do ano
passado. O índice de satisfação com a situação financeira subiu para
40,6 pontos. O índice de facilidade de acesso ao crédito subiu 1,7 ponto
em relação ao segundo trimestre e ficou em 35,2 pontos.
Sondagem
A edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 11
de outubro com 490 empresas. Dessas, 175 são pequenas, 203 são médias e
112 são de grande porte.
BRASIL! Ociosidade na Indústria da Construção é a Menor dos Últimos Cinco anos
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
25.10.19
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