Foto: Reprodução/TV Globo
O jornalista Dony De Nuccio
pediu demissão da Globo após o Notícias da TV revelar o envolvimento do
âncora do Jornal Hoje em negociações com clientes de uma empresa de
comunicação que ele abriu em 2017.
Nesta quinta-feira (1º), De Nuccio enviou e-mail a Ali Kamel,
diretor-geral de Jornalismo, reconhecendo que contrariou o código de
conduta dos jornalistas da emissora e, por isso, decidiu apresentar sua
carta de demissão. O executivo aceitou a decisão “com pesar”, segundo
nota divulgada pela Globo (veja no final deste texto). Dony já não
apresenta mais o JH.
A saída do âncora quase dois anos após
assumir a bancada do Jornal Hoje (ele estreou em 7 de agosto de 2017)
interrompe uma carreira meteórica. Ele já era apresentador substituto do
Fantástico e do Jornal Nacional e visto como candidato à vaga de William Bonner na bancada do principal telejornal do país.
No e-mail a Ali Kamel, De Nuccio
reconhece que se envolveu em “serviço pontual que pode ser interpretado
como assessoria de imprensa”, o que viola as normas de quase todos os
veículos de comunicação. Ele reclamou de ter sido vítima de “campanha
para me destruir e sangrar a qualquer custo” e de “criminosa invasão de
computadores, arquivos e mensagens”.
Depois de revelar que a empresa de Dony,
a Prime Talk, faturou R$ 7 milhões escondido da Globo com a produção de
vídeos para treinamento de funcionários do Bradesco, alguns com a
participação do jornalista, o Notícias da TV apresentou à Globo um
e-mail que mostrava que De Nuccio esteve envolvido
ativamente na negociação de um contrato com o Banco Bradesco que geraria
uma receita de R$ 60.436.800 em três anos. Antes, ele havia negado que
participava diretamente das discussões de valores.
“Procurei
vasculhar o histórico de dois anos de e-mails enviados por mim enquanto
cumpria função na empresa. De fato, na esmagadora maioria das vezes, eu
não tratava de valores com contratantes. Mas, em algumas circunstâncias
pontuais, e das quais eu sinceramente não me recordava, há sim menção a
cifras e projetos”, discursa De Nuccio no e-mail enviado a Kamel.
Na sexta-feira passada (26), Samy Dana, sócio de De Nuccio
na Prime Talk, não teve seu contrato renovado pela Globo. Ele
trabalhava para o grupo desde janeiro de 2013 e somava, além de suas
entradas na TV, uma coluna nos jornais O Globo e Valor Econômico, no
portal G1 e na Rádio Globo.
R$ 60 milhões em contratos
A
Prime Talk Produções e Assessoria prestou ao Bradesco nos últimos dois
anos serviços de “road show telepresencial”, treinamento telepresencial,
elaboração e produção de cartilhas, desenvolvimento de aplicativos e
gravações de vídeos. Faturou R$ 7.239.692, a maior parte no início deste
ano, conforme revelou o Notícias da TV nesta quarta-feira (31).
Entenda o caso
O
Código de Ética e Conduta do Grupo Globo veta a participação de
funcionários da emissora nesse tipo de transação comercial. “É vedado a
qualquer integrante usar a visibilidade ou o prestígio do Grupo Globo,
assim como seu cargo ou função para influenciar alguém ou obter vantagem
pessoal, seja patrimonial ou de outra natureza”, afirma o texto.
Nas imagens, Dony
aparece dizendo: “Pois é, mais uma vez, a Bradesco Vida e Previdência
sai na frente e lança um novo plano de Previdência Privada que traz
muito mais facilidade para nossos clientes”. Também de acordo com
o Notícias da TV, a empresa do profissional faturou R$ 7 milhões
escondido da Globo com o serviço e o contrato geraria uma receita de R$
60.436.800 em três anos.
APRESENTADOR DO ‘JORNAL HOJE’ PEDE DEMISSÃO DA TV GLOBO APÓS ‘ESCÂNDALO’ MILIONÁRIO COM BANCO
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
2.8.19
Rating:
Nenhum comentário:
OS COMENTÁRIOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
REGRAS PARA FAZER COMENTÁRIOS:
Se registrar e ser membro do Blog; Se identificar (não ser anônimo); Respeitar o outro; Não Conter insultos, agressões, ofensas e baixarias; A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica; Buscar através do seu comentário, contribuir para o desenvolvimento.