Ato teve concentração e caminhada pela avenida Salgado Filho, acompanhado por equipes da Polícia Militar
Quinze dias após o primeiro ato contra o contingenciamento de recursos no Ministério da Educação (MEC) para as Instituições Federais de Ensino, estudantes de Natal e de todo o Brasil voltaram a protestar contra as medidas anunciadas pelo Governo Federal. O ato aconteceu na tarde desta quinta-feira (30) e contou com uma caminhada que saiu das imediações do Midway Mall, no cruzamento das avenidas Salgado Filho com Bernardo Vieira, zona Sul da capital, por volta das 15h, e seguiu até a Árvore de Mirassol, com o público se dispersando entre 19h e 20h.
Durante todo o trecho, os manifestantes tiveram o apoio de lideranças sindicais, partidos e movimentos sociais. Eles contavam com carros de som para apresentar pautas e dar seguimento à caminhada. Estudantes, professores e apoiadores da causa se uniram utilizando cartazes e palavras de ordem, pedindo a revisão do bloqueio e cobrando por mais investimentos no setor.
Os organizadores estimaram que 30 mil pessoas participaram do protesto, número menor do que no primeiro ato, o qual avaliaram 70 mil presentes. A Polícia Militar não informou estimativa de número de manifestantes.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE acompanhou toda a caminhada e o que se pôde notar foi um clima de tranquilidade e sem confusões. O único momento que gerou certa preocupação foi justamente quando o ato passava em frente à sede do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Partidários estavam no local, quando provocações começaram a acontecer dos dois lados. A Polícia Militar interveio e se posicionou na frente da sede do partido para evitar confrontos e maiores tumultos. No entanto, um agente foi atingido por uma garrafada na cabeça e por uma substância química no braço, gerando queimaduras. Ele foi atendido e será reavaliado.
Aliado a isso, estudantes começaram a ultrapassar os limites demarcados para o ato, isto é, invadindo a faixa da Salgado Filho no sentido Parnamirim-Centro. As lideranças estudantis pediram, com o apoio do carro de som, para que a situação não acontecesse, mas não foi possível evitar. O trânsito na região ficou lento e os motoristas passaram a andar com cautela no trecho. A situação se repetiu em outros trechos da Salgado Filho até o Viaduto Quarto Centenário, mas nada que atrapalhasse o trânsito em demasia. Durante o ato, as vias perpendiculares à avenida ficaram interditadas, casos da Amintas Barros, Antônio Basílio, Nascimento de Castro, entre outras.
Quem foi ao protesto foi o estudante Lucas Mateus, de 16 anos, do primeiro ano do ensino médio. Ele contou que foi para apoiar os seus semelhantes em defesa das universidades federais, onde pretende ingressar futuramente. Estudante da rede pública, ele quer fazer Direito para advogar.
A professora aposentada da UFRN, Suzana Medeiros, veio ao ato junto do marido, Ivan Miranda, para apoiar a classe estudantil e manter a preservação de sua área. Ela salientou o crescimento dos institutos federais no RN nos últimos anos e lamenta o atual momento. “Muito triste ver tudo isso sendo jogado pela janela. Muito triste ver o nosso patrono da Educação (Paulo Freire), sendo humilhado e ver que o MEC se tornou esse lugar de descrédito”, disse.
Quem também esteve no ato foi a estudante de Fonoaudiologia da UFRN, Thays Alves, de 18 anos. A natalense, que está no terceiro período, disse que vivenciou, na semana passada, a mostra de profissões da instituição, e lamentou o clima de instabilidade na educação federal.
“Acompanho as pessoas que vão entrar no curso e essa semana teve a mostra de profissões, então assim, eu via as pessoas empolgadas e ao mesmo tempo tristes com toda essa situação”, relatou.
Pauta cobra fim de cortes para IFEs
O ato contra os contingenciamentos no Ministério da Educação (MEC) é o segundo no mês de maio que acontece em Natal e em outras capitais do país. No dia 15 último, estudantes, professores e interlocutores da área protestaram em todo o Brasil contra os bloqueios dos recursos discricionários das Instituições Federais de Ensino (IFEs), anunciados pelo Governo Federal em todas as áreas.
A maior instituição federal de ensino superior do Estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) anunciou que corre o risco de interromper o ano letivo de 2019 por falta de serviços de limpeza e segurança. As medidas são reflexos do corte de 32% anunciado pelo governo federal, ou seja, R$ 48 milhões para manutenção dos serviços e R$ 12 milhões para investimento. A afirmação foi feita pela reitora Ângela Paiva, no último dia 06 de maio.
A maior instituição federal de ensino superior do Estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) anunciou que corre o risco de interromper o ano letivo de 2019 por falta de serviços de limpeza e segurança. As medidas são reflexos do corte de 32% anunciado pelo governo federal, ou seja, R$ 48 milhões para manutenção dos serviços e R$ 12 milhões para investimento. A afirmação foi feita pela reitora Ângela Paiva, no último dia 06 de maio.
#Fonte: Tribuna do Norte
RN: Estudantes Fazem Novo Protesto Contra Cortes na Educação Por Bolsonaro
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
31.5.19
Rating:
Nenhum comentário:
OS COMENTÁRIOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
REGRAS PARA FAZER COMENTÁRIOS:
Se registrar e ser membro do Blog; Se identificar (não ser anônimo); Respeitar o outro; Não Conter insultos, agressões, ofensas e baixarias; A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica; Buscar através do seu comentário, contribuir para o desenvolvimento.