Diante das dificuldades de articulação política para a aprovação da reforma da Previdência e das constantes quedas nas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano, a avaliação geral de economistas ouvidos pelo Estado é de que o governo do presidente Jair Bolsonaro desgastou seu capital político com questões menores e que o crescimento de 2019 está praticamente perdido.

Diante
das dificuldades de articulação política para a aprovação da reforma da
Previdência e das constantes quedas nas projeções para o crescimento da
economia brasileira neste ano, a avaliação geral de economistas ouvidos
pelo Estado é de que o governo do presidente Jair Bolsonaro desgastou seu capital político com questões menores e que o crescimento de 2019 está praticamente perdido.
“O
governo perdeu um momento tão raro quanto importante: na eleição, houve
uma ruptura que gerou, na imensa maioria dos agentes econômicos, um
volume de otimismo muito razoável”, diz José Roberto Mendonça de Barros,
cofundador da MB Associados. “Agora, a pauta pode até avançar – achamos
que vai ser aprovada uma reforma mediana da Previdência e o Congresso
quer fazer uma reforma tributária –, mas se perdeu esse ‘momento mágico’
e os agentes ficaram desanimados.”
A expectativa para crescimento
do PIB, que começou o ano com alta de 2,53%, recuou pela 11.ª semana
consecutiva para 1,45%, de acordo com o Relatório Focus. O próprio
ministro da Economia, Paulo Guedes, que projetava crescimento de 2,2%
para 2019, admitiu trabalhar agora com um avanço de 1,5%.
“Havia a
expectativa de que uma grande reforma destravaria o País e ele voltaria
a crescer de dois a três pontos por ano. Agora, o mercado deixou a
Disneylândia para encontrar a realidade”, diz Marcos Lisboa, presidente do Insper.
Para
a maior parte dos economistas ouvidos, não há muito a se fazer no curto
prazo para estimular a atividade de forma sustentável. O ex-diretor do
Banco Central Alexandre Schwartsman diz que a única
saída do governo para reativar a economia seria cortar juros. Mesmo
assim, os efeitos seriam defasados. Instrumentos tradicionais de
política monetária teriam eficácia pequena em função da perda de
confiança, diz Zeina Latif, economista-chefe da XP.
Samuel Pessôa,
pesquisador do Ibre/FGV, não vê alternativa sem mudanças nas regras de
aposentadoria dos brasileiros. “Se o governo não quiser quebrar, a
reforma da Previdência é a única saída para que o Brasil não caia em uma
espiral inflacionária.” José Marcio Camargo, professor da PUC/Rio e
economista-chefe da Genial Investimentos, reforça a opinião.
Aloisio Araujo,
professor da FGV EPGE e do IMPA, aponta algumas medidas
microeconômicas, como melhorias na lei de falências, no sistema
tributário e na competitividade do mercado de energia. O professor da
UnB, José Luis Oreiro, fala como alternativa para este ano a revisão da
meta fiscal.
PERDIDO!! GOVERNO DE BOLSONARO PERDEU ‘MOMENTO MÁGICO’, AVALIAM ECONOMISTAS
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
19.5.19
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