Bombeiro observa a lama que tomou conta do Córrego do Feijão em Brumadinho, dias após o colapso da barragem — Foto: Mauro Pimentel/AFP.
As buscas
por vítimas da tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, chegam ao centésimo dia neste sábado (4). De acordo com
último balanço da Defesa Civil, 235 mortes foram confirmadas e 35
pessoas continuam desaparecidas.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Pedro Aihara,
esta já é a maior operação de busca e resgate do Brasil, ultrapassando o
trabalho realizado nos deslizamentos na Região Serrana do Rio de
Janeiro, em 2011.
Cães farejadores, drones e aeronaves têm
participado das buscas. Segundo o Corpo de Bombeiros, os trabalhos
seguem diariamente, das 6h às 23h, e com reuniões durante as madrugadas.
A operação só será encerrada quando todas as vítimas forem encontradas
ou quando não houver mais condições biológicas de buscas.
A
Barragem do Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu no dia 25 de janeiro.
Os rejeitos de minério devastaram a área administrativa da mineradora,
incluindo o refeitório da Vale, onde muitos trabalhadores almoçavam. A
lama também destruiu plantações e casas de moradores da região. O Rio
Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco, foi contaminado. A
captação de água está interrompida desde o dia do rompimento.
Desaparecidos
De acordo com o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) Ricardo Moreira Araújo,
mais de 180 segmentos de corpos resgatados da lama ainda aguardam
identificação. Ele ressaltou que esses fragmentos podem pertencer a
vítimas que já tiveram as mortes confirmadas.
Ainda segundo Araújo,
o trabalho é feito seguindo protocolos da Interpol e internacionais
para que, além da identificação dos corpos, seja possível a coleta de
provas para a investigação.
O médico legista afirmou que a meta do
IML é identificar todos os corpos e fragmentos resgatados até o “limite
biológico”, ou seja, quando não houver mais possibilidades de
reconhecimento.
Acordos
Quatro acordos
extrajudiciais individuais entre vítimas do rompimento da barragem do
Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, e entre a mineradora Vale foram firmados nesta quinta-feira
(2). Os atingidos são representados pela Defensoria Pública de Minas
Gerais.
Segundo a Defensoria Pública, os acordos surgiram a partir
de um termo de compromisso firmado entre ao órgão e a Vale com o
objetivo de agilizar o pagamento de indenizações extrajudiciais,
individuais ou por núcleo familiar, por danos materiais e morais.
Por: G1.
BUSCAS POR VÍTIMAS DE BRUMADINHO CHEGAM AOS 100 DIAS
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