#AUTORITARISMONÃO!! Ministério da Educação diz que Professores, Alunos e Pais Não Podem Divulgar Protestos; Confira Nota na Íntegra
O Ministério da Educação divulgou uma nota na tarde desta
quinta-feira (30) em que afirma que professores, servidores,
funcionários, alunos e até mesmo pais e responsáveis “não são
autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar”.
Em seguida, orienta que sejam feitas denúncias por meio do site ouvidoria do MEC.
A medida representa mais uma ofensiva da pasta em meio a um novo dia
de manifestações pelo país contra o bloqueio de verbas do setor. O
primeiro dia de protestos ocorreu em 15 de maio.
Na nota, a pasta justifica a medida dizendo que “nenhuma instituição
de ensino pública tem prerrogativa legal para incentivar movimentos
políticos partidários e promover a participação de alunos em
manifestações”.
Questionado pela Folha a respeito do amparo legal das medidas e sobre
o que levou a pasta a citar que até mesmo pais não estão autorizados a
divulgar os protestos, o ministério ainda não respondeu.
Além de vetar a divulgação das manifestações em horário escolar, o
ministério também diz em nota que servidores públicos que participarem
dos eventos podem ter o ponto cortado.
“Vale ressaltar que os servidores públicos têm a obrigatoriedade de
cumprir a carga horária de trabalho e podem ter o ponto cortado em caso
de falta injustificada. Ou seja, os servidores não podem deixar de
desempenhar suas atividades nas instituições de ensino para participarem
desses movimentos”, diz o comunicado.
Na véspera dos protestos, em vídeo divulgado em suas redes sociais, o
ministro Abraham Weintraub havia dito que há “coação” por parte de
professores pela participação dos estudantes nos atos.
“Estamos recebendo aqui no MEC [Ministério da Educação] cartas e
mensagens de muitos pais de alunos citando explicitamente que alguns
professores, funcionários públicos, estão coagindo os alunos e que serão
punidos de alguma forma caso eles não participem das manifestações”,
disse o ministro.
“O MEC está fazendo um esforço muito grande para que o ambiente
escolar não seja prejudicado por uma guerra ideológica que prejudica o
aprendizado dos alunos”, afirmou Weintraub.
No dia do primeiro ato contra os bloqueios na educação, em 15 de
maio, o presidente Jair Bolsonaro chamou quem foi às ruas de imbecis e
“idiotas úteis” usados como “massa de manobra”. No entanto, uma semana
após a mobilização o governo repôs parte da verba contingenciada da
área.
Com o uso de recursos de uma reserva, destinou ao Ministério da
Educação um total de R$ 1,6 bilhão —21% do valor que havia sido
contingenciado (R$ 7,4 bilhões). Nas universidades federais, o corte
chega a R$ 2 bilhões, o que representa 30% da verba discricionária (que
não inclui gastos obrigatórios como salários, por exemplo).
O principal objetivo das manifestações, segundo os organizadores, é
mostrar à população que os cortes no orçamento da educação prejudicam o
ensino, a pesquisa e os serviços prestados pelas instituições do setor à
sociedade.
Também nesta quinta, o Ministério Público Federal ingressou com uma
ação civil pública na Justiça Federal do Rio Grande do Norte contra
Weintraub e a União por danos morais coletivos.
Segundo o MPF, a ação busca responsabilizar as falas consideradas
ofensivas do chefe do MEC desde que ele assumiu a pasta, em abril. A
ação pede R$ 5 milhões em caso de condenação e será analisada pela 10ª
Vara Federal de Mossoró.
Os procuradores que assinam a ação ressaltaram entre as muitas
declarações de Weintraub, uma dada em entrevista no dia 30 de abril,
quando ele disse que “universidades que, em vez de procurar melhorar o
desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia terão verbas
reduzidas”.
Sobre a ação do MPF, o Ministério da Educação disse em nota que não
foi comunicado oficialmente sobre a ação. “Até porque ela está com data
de hoje. Portanto, sequer foi distribuída a uma das varas da Justiça
Federal de Natal (RN). Em pesquisa no site da Justiça Federal do Rio
Grande do Norte, não consta nenhuma ação judicial ainda contra o
ministro da Educação”, disse a pasta.
Para o MEC, a ação não foi sequer despachada pela Justiça. “Isso
surpreende e quiçá denota o caráter político da medida, já que os
veículos de comunicação dela tiveram conhecimento antes mesmo do suposto
demandado e da ação ter sido formalmente protocolizada perante a
instância judicial competente”.
Leia a íntegra da nota do MEC
“O Ministério da Educação (MEC) esclarece que nenhuma instituição de
ensino pública tem prerrogativa legal para incentivar movimentos
político-partidários e promover a participação de alunos em
manifestações.
Com isso, professores, servidores, funcionários, alunos, pais e
responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos
durante o horário escolar. Caso a população identifique a promoção de
eventos desse cunho, basta fazer a denúncia pela ouvidoria do MEC por
meio do sistema e-Ouv.
Vale ressaltar que os servidores públicos têm a obrigatoriedade de
cumprir a carga horária de trabalho, conforme os regimes jurídicos
federais e estaduais e podem ter o ponto cortado em caso de falta
injustificada. Ou seja, os servidores não podem deixar de desempenhar
suas atividades nas instituições de ensino para participarem desses
movimentos.
#Fonte: Folhapress
#AUTORITARISMONÃO!! Ministério da Educação diz que Professores, Alunos e Pais Não Podem Divulgar Protestos; Confira Nota na Íntegra
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