A
gráfica que iria imprimir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
decretou falência e a paralisação de todos os trabalhos. A RR Donnelley,
multinacional responsável pelo exame desde 2009, informou que “precisou
encerrar suas operações no Brasil” por causa das “atuais condições de
mercado”.
O ideal é que a prova fosse para a gráfica ainda este
mês ou, no máximo, em maio, para que o cronograma do maior vestibular do
País não atrase. A prova será em novembro e ontem começaram as
inscrições para quem quer pedir a isenção da taxa. Para especialistas,
também há risco de falhas na segurança com mudança da empresa nessa
etapa do processo.
A falência complica mais a situação do Enem,
que está sendo afetado pela crise atual no Ministério da Educação (MEC).
Na semana passada, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, foi demitido ao se desentender com o ministro Ricardo Vélez Rodríguez. Ele foi o responsável pela decisão de deixar de avaliar a alfabetização no País, depois revogada por Vélez.
O
presidente no Inep daria o aval para o trabalho da comissão criada para
analisar questões consideradas inadequadas. Ainda não foi nomeado um
substituto. Desde a manha desta segunda-feira (1), o Estado pede um
posicionamento do Inep sobre a falência da gráfica e ainda não obteve
resposta. Rodrigues também havia pensado em usar a Casa da Moeda para parte da impressão do Enem, mas a ideia não foi adiante.
Só
depois de finalizado o trabalho da comissão é que a prova com 180
questões será montada, um trabalho demorado. “Uma coisa é fazer a prova
em novembro, outra coisa é o que tem que ser feito agora, há uma cadeia
para ser viabilizada”, diz o especialista em avaliação e professor da
Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Alavarse. “Não é qualquer gráfica que pode imprimir o Enem, há um risco grande.”
Uma
licitação foi feita em 2016, mas a RR Donnelley venceu novamente. A
Gráfica Plural entrou com representação no Tribunal de Contas da União
(TCU) alegando que havia “direcionamento do certame” por causa de
“exigências restritivas que teriam a impedido de participar da disputa
mesmo tendo uma das maiores capacidades instaladas do país”. Ainda não
há deliberação do TCU a respeito.
A licitação realizada no ano
passado para impressão do Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica (Saeb) e do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade)
também está paralisada por questionamentos na Justiça.
“O governo
federal está prestes a chegar aos 100 dias sem ter muito o que mostrar
em educação. Espero que esse episódio não sirva de justificativa para
atrasos e alterações no Enem, que tem imensa repercussão na vida dos
jovens”, disse a presidente do Todos pela Educação, Priscila Cruz.
GRÁFICA QUE IMPRIME ENEM DECRETA FALÊNCIA E AMEAÇA EXAME
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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