Foto: Reprodução/TV Globo
As
verbas aplicadas pela Prefeitura de São Paulo em ações de manutenção e
em obras de drenagem e de combate a enchentes e alagamentos estão em
queda. A quantia somada de oito diferentes dotações do orçamento apontam
que foram gastos no ano passado R$ 382,7 milhões, queda de 21% em
relação a 2017 (R$ 486,2 milhões). Os dados de despesas foram corrigidos
pela inflação.
Em licença não remunerada do cargo, o prefeito Bruno Covas (PSDB)
decidiu nesta segunda-feira, 11, antecipar seu retorno do exterior após
os desdobramentos da tempestade e a repercussão negativa de sua
ausência, ainda durante o período chuvoso. Ele deverá reassumir o posto
nesta terça. Pelo menos 12 pessoas morreram em decorrência do
temporal na capital e na Grande São Paulo.
Os dados da execução
orçamentária, levantados pela Liderança do PT na Câmara Municipal,
mostram que dotações volumosas como “manutenção de sistemas de drenagem”
e “intervenção em drenagem” sofreram as maiores quedas e representam a
maior parte da redução do investimento na área. A única dotação que teve
alta no último ano foi a de sistemas de monitoramento e alerta de
enchentes.
O vereador Paulo Fiorilo (PT),
deputado estadual eleito, aponta que a queda nos investimentos contrasta
com o aumento na receita. A arrecadação de 2017 e 2018 é maior dos que
os patamares registrados de 2013 a 2016, mesmo em valores corrigidos.
“Os números mostram que tanto a gestão Doria como a gestão Covas
deixaram de investir em áreas que são fundamentais, deixaram de
realizar a manutenção e a limpeza adequadas, e, infelizmente, as chuvas
cobram, e estão cobrando com mortes”, disse ao Estado.
O vereador Gilberto Natalini (PV),
ex-secretário do Verde e do Meio Ambiente, classificou a situação como
“dramática e extremamente triste”, mas ressaltou que o alerta sobre as
condições de drenagem da cidade vem sendo feito há tempos. “Isso não é
novidade. As chuvas vão ser cada vez mais violentas, de acordo com
previsões científicas, não é um caso de azar. Não é que a cidade está
azarada. É uma tragédia anunciada e negligenciada pelo poder público”,
disse.
Prefeito em exercício, o vereador Eduardo Tuma
(PSDB) afirmou nesta segunda pela manhã que “não havia ação preventiva
que pudesse corrigir o que aconteceu”. O volume da chuva, disse, foi
muito maior que o esperado.
Nesta segunda, o governador João Doria (PSDB)
refutou que problemas causados pela chuva resultem de menos verba
antienchente de quando era prefeito, de janeiro de 2017 a abril de 2018.
“Não houve corte, houve reescalonamento, em face à disponibilidade de
orçamento da prefeitura.”
INACREDITÁVEL! EM UM ANO VERBA DA PREFEITURA DE SÃO PAULO CONTRA ENCHENTES CAI 21%
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
12.3.19
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