A crise envolvendo o nome de Gustavo Bebianno teve início há alguns dias e tem gerado grande polêmica. O desfecho do caso Benianno será a provável exoneração do ministro, que deverá ser oficializada na segunda-feira (18).
Um dos maiores aliados de Jair Bolsonaro na campanha que elegeu o ex-deputado federal, o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência da República, está muito perto de deixar o governo. De acordo com dois interlocutores do Planalto ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo , a exoneração de Bebianno já foi assinada pelo presidente e será publicada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (18).
Se o resultado da crise provocada pelo caso Bebianno for mesmo a saída do ministro, o próprio Bebianno já parece conformado ao dizer neste sábado (16), em entrevista ao jornal A Folha de S. Paulo , que a "tendência é essa, exoneração", mas que aguarda o documento oficial: "Eu quero ver o papel com a exoneração, a hora em que sair o papel com a exoneração é porque eu fui exonerado".
A crise envolvendo o nome deGustavo Bebianno teve início há alguns dias quando a Folhapublicou uma reportagem que revelou um repasse de R$ 400 mil do PSL, partido dele e do presidente Jair Bolsonaro , para uma candidata a deputada federal pela sigla em Pernambuco.
A candidata, Maria de Lourdes Paixão, recebeu apenas 274 votos, mas abocanhou o terceiro maior repasse do fundo partidário do PSL nas eleições. Dos R$ 400 mil, R$ 380 mil foram gastos em uma gráfica que, segundo a Folha , não existe. Na época, Bebianno era presidente do PSL e responsável por autorizar os repasses para os candidatos.
Diante dessas informações, há a suspeita de que a candidatura de Maria tenha sido uma "candidatura laranja", ou seja, não havia a intenção real de eleger a candidata, mas a de, possivelmente, desviar dinheiro público do fundo partidário. Para você entender a crise que tem afetado o governo Bolsonaro, confira a cronologia do caso Bebianno .
Caso Bebianno: a suspeita e o início da crise
Foto: Reprodução/Justiça Eleitoral
Candidata Maria de Lourdes Paixão, do PSL, recebeu R$ 400 mil do fundo partidário
O caso Benianno teve início quando a Folha publicou no último final de semana, uma reportagem que revelando um repasse de R$ 400 mil do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para a candidatura de Maria de Lourdes Paixão ao cargo de deputada federal, pela sigla em Pernambuco.
Já na segunda-feira (12), aPolícia Federal abriu procedimento para investigar o caso , intimando a ex-candidata a prestar depoimento. Além do alto montante repassado a uma candidatura inexpressiva, o fator que motivou suspeitas por parte da Polícia Federal é a data em que o repasse foi efetivado.
De acordo com as informações repassadas pela campanha à Justiça Eleitoral, Lourdes Paixão recebeu os R$ 400 mil da Direção Nacional do partido no dia 3 de outubro, apenas quatro dias antes da eleição. No mesmo dia, a candidata contratou serviços de uma gráfica para a confecção de 5 milhões de santinhos, mesmo havendo apenas mais três dias para distribuição.
O nome de Gustavo Bebiannoveio à tona justamente por ser o presidente nacional do PSL na época das eleições, sendo responsável pela autorização de repasse das verbas públicas. O ministro, por sua vez, negou as acusações e afirmou que já havia falado com Bolsonaro enquanto ele estava no hospital.
Caso Bebianno: ministro é chamado de mentiroso

Bebianno e Carlos Bolsonaro
Após rumores no Palácio do Planalto sobre uma suposta nova crise desencadeada no governo federal protagonizada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebiannoafirmou à imprensa que "não existia crise nenhuma" e que, na terça-feira (12), teria falado três vezes com o presidente Jair Bolsonaro. "Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente", declarou Bebianno ao jornal O Globo , negando ser motivo de instabilidade no executivo.
Porém, na quarta-feira (13), o vereador Carlos Bolsonaro desmentiu o ministro em uma rede social. O filho do presidente afirmou que tal declaração é uma "mentira absoluta", pois esteve o dia inteiro ao lado do pai –no Hospital Albert Einstein, onde estava internado até a tarde do dia 13, em São Paulo – e não presenciou qualquer conversa entre o presidente e o seu ministro.
A declaração de Carlos agravou ainda mais os rumores sobre uma crise no governo federal, tirando parte da credibilidade de um dos ministros mais importantes do governo. O fato é que, não é de hoje que o ministro é visto como um desafeto do vereador Carlos Bolsonaro. Afinal, o parlamentar carioca seria o responsável por advogar junto ao pai para queBebianno tenha menos poder no governo federal, apesar de ocupar o cargo de confiança que ocupa.
Com a crise instaurada, Bebianno cancelou todos os compromissos oficiais e, em entrevista ao BR18, do jornal O Estado de S.Paulo , afirmou que falaria com Bolsonaro e que não pediria demissão . “O que chamam de inferno eu chamo de lar”, disse.
O desfecho do caso Benianno foi anunciado quando, no fim da tarde de sexta-feira (15), houve um encontro tenso entre o ministro e o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, em Brasília.
De acordo com informações dadas por fontes aos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo , logo após a reunião, Bolsonaro teria informado à sua equipe a demissão de Gustavo Bebianno . Mais tarde, o ministro teria confirmado a saída à seus aliados.
Em sua conta oficial no Instagram, Bebianno publicou uma foto de um texto, atribuído ao escritor Edgard Abbehusen, em que diz que "a lealdade é um gesto bonito das boas amizades." A mensagem também diz que "saímos de qualquer lugar com a cabeça erguida ao carregar no coração a lealdade" e encerra dizendo que "uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitato, vivera sempre esperando o mundo".
O desfecho do caso Benianno será a provável exoneração do ministro, que deverá ser oficializada na segunda-feira (18).
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Da Suspeita de Laranjas em Eleição à Provável demissão, Entenda o Caso Bebianno
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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18.2.19
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