O Ministério Público do Estado do Rio investiga movimentações
atípicas em contas bancárias de assessores de 22 deputados estaduais do
Estado, detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf). Um dos parlamentares cujos auxiliares estão sob investigação é o
senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do
presidente eleito Jair Bolsonaro.
O ex-assessor do parlamentar Fabrício
José Carlos de Queiroz, de acordo com relatório produzido pelo Coaf na
Operação Furna da Onça, movimentou, de 1 de janeiro de 2016 a 31 de
janeiro de 2017, R$ 1,2 milhão.
O Ministério Público Federal também teve acesso ao relatório do Coaf
há cerca de seis meses, mas não encontrou indícios de envolvimento dos
deputados citados no relatório com o esquema desmantelado por sua
investigação em conjunto com a Polícia Federal.
A investigação aborda
crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e
de mão de obra terceirizada, principalmente no Detran-RJ. Por não ter
competência legal para investigar deputados estaduais por crimes não
federais, essa parte ficou com o MPRJ.
O assessor Queiroz, que atuava como segurança e motorista, foi
exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro em 15 de outubro deste ano.
Ele também é policial militar. O Coaf detectou que da sua conta saíram
recursos depositados em nome da futura primeira-dama, Michelle
Bolsonaro.
O relatório também cita que foram detectadas na conta transações
envolvendo dinheiro em espécie, embora Queiroz exercesse atividade cuja
“característica é a utilização de outros instrumentos de transferência
de recurso”. Também foram achados depósitos de outros assessores de
Flávio na conta de Queiroz.
O nome do ex-assessor consta da folha de pagamento da Alerj de
setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão
de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL-3, no gabinete de Flávio
Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos
mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele é subtenente da
corporação e passou para a reserva.
O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo
banco. A instituição considerou que são “incompatíveis com o patrimônio,
a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade
financeira” do ex-assessor parlamentar.
Ministério Público Investiga Assessores do Filho de Bolsonaro
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
11.12.18
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