O SOFRIMENTO DOS MAIS CARENTES JÁ COMEÇOU! Prefeitos Alertam para “Irreparáveis Prejuízos e Retrocesso” com a Saída dos Cubanos do Mais Médicos
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) divulgaram nota alertando
para os “irreparáveis prejuízos” causados pela saída dos cubanos do
programa Mais Médicos. Os prefeitos enfatizaram que as perdas maiores
serão para os mais pobres e pedem que o futuro governo reveja posição e
mantenha, em caráter emergencial, as atuais condições.
Os prefeitos e os secretários de saúde de todo o Brasil
registram que os 8.500 cubanos representam mais da metade dos médicos do
programa e atendem a cerca de 29 milhões de brasileiros. Atualmente,
quase 80% das cidades do país só possuem médicos do programa, ou seja, a
decisão criminosa de Bolsonaro causará um forte impacto no atendimento
de saúde em todas as regiões do país.
O Programa Mais Médicos conta com
aprovação de 85% dos usuários, para quem a assistência em saúde melhorou
depois que o programa foi criado.
Leia a íntegra da nota:
Nota sobre o programa Mais Médicos e a saída dos profissionais cubanos do país
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) lamentam a interrupção da
cooperação técnica entre a organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o
governo de Cuba, que possibilitava o trabalho de cerca de 8.500 médicos
no Programa Mais Médicos. Com a decisão do Ministério da Saúde de Cuba,
anunciada nesta quarta-feira, 14, de rescindir a parceria, mais de 29
milhões de brasileiros serão desassistidos.
Os cubanos representam, atualmente, mais da metade dos médicos do
programa. Por isso, a rescisão repentina desses contratos aponta para um
cenário desastroso em, pelo menos, 3.243 municípios. Dos 5.570
municípios do país, 3.228 (79,5%) só têm médico pelo programa e 90% dos
atendimentos da população indígena é feito por profissionais de Cuba.
Além disso, o Mais Médicos é amplamente aprovado pelos usuários, 85%
afirma que a assistência em saúde melhorou com o programa. Nos
municípios, também é possível verificar maior permanência desses
profissionais nas equipes de saúde da família e sua fixação na
localidade onde estão inseridos.
Cabe destacar que o programa é uma conquista dos municípios
brasileiros em resposta à campanha “Cadê o Médico?”, liderada pela FNP,
em 2013. Na ocasião, prefeitas e prefeitos evidenciaram a dificuldade de
contratar e fixar profissionais no interior do país e na periferia das
grandes cidades.
Com a missão de trabalhar na atenção primária e na prevenção de
doenças, a interrupção abrupta da cooperação com o governo de Cuba
impactará negativamente no sistema de saúde, aumentando as demandas por
atendimentos nas redes de média e alta complexidade, além de agravar as
desigualdades regionais.
Para o g100, grupo de cidades populosas, com alta vulnerabilidade
socioeconômica, a situação é ainda mais devastadora. Com o objetivo de
reduzir a carência por serviços de atenção básica nessas cidades, o g100
é utilizado como critério para priorizar o recebimento desses
profissionais.
Diante disso, a FNP e o Conasems alertam o Governo recém-eleito para os
iminentes e irreparáveis prejuízos à saúde da população, inclusive para a
parcela que não é atendida pelo Mais Médicos.
Sendo assim, a FNP e o Conasems pedem a revisão do posicionamento do
novo Governo, que sinalizou mudanças drásticas nas regras do programa, o
que foi determinante para a decisão do governo de Cuba. Em caráter
emergencial, sugerem a manutenção das condições atuais de contratação,
repactuadas em 2016, pelo governo Michel Temer, e confirmadas pelo
Supremo Tribunal Federal, em 2017.
O cancelamento abrupto dos contratos em vigor representará perda
cruel para toda a população, especialmente para os mais pobres. Não
podemos abrir mão do princípio constitucional da universalização do
direito à saúde, nem compactuar com esse retrocesso.
Frente Nacional de Prefeitos (FNP)
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)
O SOFRIMENTO DOS MAIS CARENTES JÁ COMEÇOU! Prefeitos Alertam para “Irreparáveis Prejuízos e Retrocesso” com a Saída dos Cubanos do Mais Médicos
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
15.11.18
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