Tom político de show de Roger Waters divide opiniões em São Paulo
A plateia urrou, alguns vaiando, outros apoiando, quando o nome do candidato Jair Bolsonaro apareceu na lista de neofascistas do mundo no telão gigante do palco.
Uma pausa de 20 minutos é anunciada. Estavam previstas até o final mais nove músicas, com o bis. Uma batalha de gritos de guerra começou logo que as luzes foram acesas. "#ELE NÃO" se revezava com "Fora PT".
Roger Waters entrega o que promete logo no inicio. A tensão que ele cria
com a imagem em seu telão gigante, de uma mulher sentada à beira de um
oceano, é incrível. O mundo está prestes a acabar, mas isso só vai ser
revelado quando ele estiver próximo de aparecer no palco.
Waters volta ao palco do Allianz Parque nesta quarta-feira, dia 10.
"Breathe" levanta as plateias lotadas, com mais uma revelação. No andar de cima das arquibancadas do Allianz Parque, em São Paulo, em cada lateral e ao fundo, Waters usa conjuntos de caixas de som que vão criar o efeito surround.
"Time" é anunciada com o despertador de um relógio, e o som da plateia fica mais forte que o do palco. O rosto de Waters aparece pela primeira vez no telão e pode se perceber como os anos têm passado. Está mais curvado. Os cabelos longos e mais finos, os olhos mais fundos. A força de sua voz provoca o mesmo efeito.
"Welcome to the Machine" chega tensa e estrondosa. Waters está no centro do palco como um integrante, sem o mesmo protagonismo cênico de suas turnês anteriores. Sua imagem não é a que mais aparece no telão, o que dificulta a vida dos fãs mais distantes do palco.
De tão boas, as músicas do disco novo parecem saídas de algum álbum do Pink Floyd. "Deja Vu", a primeira delas, faz até setores da plateia vip, tradicionalmente a mais dispersa, se calar. Um feito.
Depois de "Picture That", "Wish You Were Here". E a plateia canta pela primeira vez uma canção inteira.
"Another Brick in the Wall" começa com 12 pessoas encapuçadas como se fossem reféns do Estado Islâmico, imóveis no palco, prestes a serem decapitadas. Quando chega a parte do coro, elas retiram os capuzes. São todas crianças. Há um choque absurdo na plateia. Ao final da música, Waters explica que todas as crianças são brasileiras.
#Fonte: Tribuna do Norte
Show de Ex-Líder do Pink Floyd, Roger Waters Divide Opiniões Políticas em São Paulo
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
10.10.18
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