Lula recorre no STF para que seu pedido de liberdade seja julgado
A defesa do Luiz Inácio Lula da Silva entrou na noite desta quarta-feira (27)
com novo recurso, dessa vez uma reclamação constitucional, contra a
decisão do ministro Edson Fachin que remeteu o mais recente pedido de
liberdade do ex-presidente para julgamento do plenário da Corte.
Os advogados de Lula argumentam que Fachin agiu de forma
“arbitrária”, sem amparo em normas legais ou no regimento interno do
Supremo Tribunal Federal STF), ao remeter o caso ao plenário, numa
manobra para evitar que o ex-presidente fosse solto pela Segunda Turma.
Na peça, a defesa quer que a nova reclamação seja julgada por um dos
outros ministros integrantes da Segunda Turma – Dias Toffoli, Gilmar
Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Os advogados pedem que
seja concedida uma liminar (decisão provisória) dando liberdade a Lula
enquanto o caso não é apreciado na Segunda Turma, e não no plenário.
Pedido prejudicado
O pedido de liberdade estava marcado para ser julgado na sessão de
terça-feira da Segunda Turma do STF, a última antes do recesso de julho
do Judiciário. O colegiado é, a princípio, o responsável por julgar
ações penais contra pessoas que não sejam o presidente da República ou
do Congresso, por exemplo.
O caso foi retirado de pauta por decisão de Fachin, que julgou o
pedido de liberdade prejudicado após o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF4) negar, na última sexta-feira (22), seguimento ao recurso
extraordinário, destinado ao STF, contra a condenação a 12 anos e um mês
de prisão no caso do tríplex no Guarujá (SP).
Segundo a defesa, que se amparou em reportagens e análises de
veículos de comunicação “abertamente antagônicos” ao ex-presidente,
“teria havido intenção deliberada em remeter o processo do reclamante
[Lula] para apreciação por outro órgão colegiado ante o temor de que o
resultado do julgamento por seu juiz natural, a Segunda Turma, pudesse
conduzir a resultado que lhe fosse favorável — situação aparentemente
indesejada pelo relator [Fachin]”.
“Por que somente os processos envolvendo o Reclamante são remetidos
ao Plenário, embora veiculem argumentos enfrentados — e por vezes
acolhidos — em outros casos pela 2ª. Turma, o juiz natural?”, indagaram
os advogados na reclamação protocolada na noite de quarta-feira (27).
Ex-presidente Lula Recorre para que Pedido de Liberdade vá à 2ª Turma do STF
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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28.6.18
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