SOLIDARIEDADE!! Campanha de Família do RN Busca Arrecadar Dinheiro para Tratamento de Criança com Doença Rara
Um diagnóstico mudou para sempre a vida
do casal Michelle Costa e Rinaldo Silveira. Seu filho, Guilherme
Silveira, de 1 ano e 1 mês, nasceu com Atrofia Muscular Espinhal (AME)
tipo 2, uma doença rara e degenerativa que não possui cura. A AME torna
os músculos frágeis, podendo ocasionar na perda dos movimentos e na
deformação dos membros. Problemas respiratórios também podem surgir ao
decorrer do tempo e a expectativa de vida é baixa, indo até os 2 anos de
vida.
O tratamento, que atrasa a progressão da
doença, é feito com o uso de um medicamento extremamente caro, o
Spinraza. Recém chegado ao Brasil, o remédio é o único no mundo capaz de
tratar a AME e cada dose custa em torno de R$ 364.565,98. Ou seja,
apenas para o primeiro ano de tratamento, com seis doses, os pais do Gui
teriam que desembolsar mais de R$ 2 milhões.
A criança foi diagnosticada após sua mãe
perceber que seu desenvolvimento corporal estava um pouco atrasado. Por
ser formada em nutrição e atuar na área da saúde, Michele diz sempre
ter prestado atenção em suas reações, estimulando ao máximo para que o
Gui desenvolvesse seu sistema motor rapidamente. Porém, aos seis meses,
ele ainda não mostrava muito progresso. Preocupados, os pais iniciaram
uma busca incansável por respostas.
“Eu questionei os profissionais e sempre
me diziam para ter calma, que cada criança tinha seu tempo e algumas
eram preguiçosas. Mas eu nunca me conformei com isso. Eu falo sempre
isso e é uma coisa que hoje eu tenho certeza: coração de mãe não se
engana. Eu sabia que algo não estava bem”, disse Michele.
Após diversas consultas a dúvida ainda
afligia os pais, que decidiram consultar um neurologista. O Gui passou
por muitos exames que nunca apontavam problemas, até que o especialista
solicitou um exame genético, onde escreveu a sigla que Michele já
conhecia. Como nutricionista, ela já tinha, anteriormente, lidado com
crianças com AME.
“Eu saí de lá arrasada, só com a
possibilidade. Pois eu já comecei a abrir os meus olhos para outras
coisas. Dali a gente foi fazer o exame, mas demorou uns dois meses mais
ou menos para ficar pronto. E durante esse tempo todo eu estava
estudando, conversando com outras mães, conhecendo outras crianças coma
doença. E a cada vez mais eu via o Guilherme nessas crianças. Quando o
resultado do exame saiu não foi surpresa para mim.
Foi um choque, foi
difícil, doloroso. Não deixou de ser. Mas me deixou mais preparada para
aquilo e para saber como eu iria reagir”, disse.
Logo, o casal pesquisou e descobriu um
profissional especializado em doenças neuro-musculares, o Mário Emílio.
Requisitado e sempre com a agenda lotada, a família teria que esperar
cerca de três meses para conseguir uma consulta, mas o Gui não poderia
esperar. Após entrar em contato com alguns profissionais da área expondo
o problema do filho, eles finalmente conseguiram marcar um encontro com
Emílio, que será o responsável por continuar o tratamento quando o
casal conseguir os medicamentos. Mas com um custo tão elevado, como eles
conseguiriam tal valor?
Sabendo que não poderia se deixar
abater, Michele reuniu forças junto com seu marido para enfrentar a
batalha que estava por vir. Ao estudar a doença, antes mesmo de receber o
diagnóstico, ela tinha em mãos o arsenal necessário para vencer. Os
dois abriram um processo judicial para garantir o medicamento necessário
no tratamento do filho. Porém, por mais que seja garantido que o
processo será vencido, o casal não poderia simplesmente esperar. Foi aí
que surgiu a ideia da campanha.
“AME o Gui” visa juntar recursos para
que o casal consiga garantir as doses necessárias para o primeiro ano de
tratamento do filho. As doações estão sendo arrecadadas através de
depósitos na conta pessoal da criança e através de uma vaquinha online, que já conta com mais de R$ 13 mil. Uma conta no Instagram (@ameogui),
divulga todas as novidades e formas de arrecadação. A família
conseguiu, recentemente, o apoio do ABC Futebol Clube, que doou uma
camisa oficial autografada por todos seus jogadores, que será rifada e
terá todos os seu valor arrecadado voltado para a campanha. Para
Michele, esta foi a melhor forma de atingir as pessoas e mostrar o
problema do seu filho.
“Não foi fácil saber do diagnóstico, mas
não podia me deixar abater. Eu tenho que ter o cuidado para que a
campanha não tenha uma imagem de lamentação. Eu quero que a campanha
tenha uma imagem de esperança e é isso que eu busco. Eu não quero que se
foque tanto nas dificuldades dele. Claro que elas precisam ser ditas e
até certo ponto mostradas, mas eu não quero que as pessoas tenham pena
dele. Eu quero que as pessoas tenham compaixão. E eu quero que ela sirva
para que haja uma visibilidade maior para tudo isso”, afirmou.
A família tem como objetivo continuar
com a campanha até conseguir arrecadar o valor necessário para os
medicamentos ou ganhar o processo jurídico. Michele afirma que a
campanha será feita com a maior transparência possível, para que as
pessoas possam ter certeza que estão doando o dinheiro por uma boa
causa. Para o casal, a esperança de prolongar a vida do filho com o
tratamento os move dia após dia.E eles tem, como objetivo, dar
visibilidade a doença e ajudar também outras famílias.
“É muito difícil a gente saber que não
pode dar o que ele precisa. Todo pai e toda mãe quer o melhor para seu
filho. A melhor escola, tudo. E o que ele precisa, eu não posso dar. É
um sentimento muito ruim. Então a campanha é uma maneira de eu não me
sentir tão impotente. É uma maneira de ajudar outras pessoas também”,
conclui Michele.
Dados Bancários para doação:
- Guilherme da Costa Silveira
- Banco do Brasil
- Agência: 2878-9
- Poupança: 54282-2
- OP: 51
- CPF: 143.889.754-51
SOLIDARIEDADE!! Campanha de Família do RN Busca Arrecadar Dinheiro para Tratamento de Criança com Doença Rara
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