As
constantes notícias relacionando o vírus zika na gravidez a casos de
microcefalia deixam tanto as gestantes quanto a população em alerta.
Porém, um estudo publicado na última terça-feira (15), na revista
inglesa Lancet, pode começar a dar outros contornos a esse assunto.
Ao analisar o surto do vírus na
Polinésia Francesa, entre 2013 e 2014, os cientistas constataram que
apenas 95 a cada 10 mil mulheres infectadas no primeiro trimestre da
gestação teriam um bebê com microcefalia. Arredondado esses cálculos, o
número fica na casa de 1%.
Outras malformações sabidamente
associadas ao vírus, como calcificações e degeneração ocular, não foram
consideradas na análise. Além disso, os autores não levaram em conta,
como um agravante para a chance de desenvolver a síndrome, a presença de
vermelhidão na pele e de outros sintomas. Essa associação foi realizada
por estudos anteriores.
Casos brasileiros ainda são temerários
Apesar de representar uma notícia que,
de certa forma, tranquiliza a população, o estudo tem suas limitações.
Importar os resultados colhidos em um arquipélago de 270 mil habitantes
para um país de dimensões continentais, com uma população de mais de 200
milhões de pessoas, é impreciso.
Outro ponto que merece cautela na
interpretação desses dados diz respeito à chamada taxa de ataque, razão
entre infectados e população exposta ao vírus. Enquanto na Polinésia
esse número ficou em 66%, no Brasil estima-se que seja 10%. No entanto,
sabe-se que esse valor poder variar em locais e circunstâncias
distintas.
Zika na Gravidez Causa Microcefalia em 1% dos Casos
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
22.3.16
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