Apesar do crescimento do tamanho do protesto contra
a presidente Dilma Rousseff, o perfil dos manifestantes que foram à
avenida Paulista neste domingo (13) se manteve elitizado. Os dados são
de pesquisa do Datafolha feita por meio de 2.262 entrevistas durante o
ato.
A exemplo das outras grandes manifestações contra Dilma ao longo do ano
passado, os manifestantes deste domingo tinham renda e escolaridade
muito superiores à média da população.
Segundo o instituto, a maioria dos participantes eram homens e com idade
superior a 36 anos. Disseram que possuem curso superior 77% dos
entrevistados, enquanto no município o índice é de 28%. O patamar é
praticamente o mesmo do aferido pelo Datafolha em outras quatro
manifestações pelo impeachment em São Paulo.
Neste domingo, 500 mil pessoas foram às ruas na capital paulista pelo
impeachment, número que representa mais do que o dobro do primeiro
protesto contra Dilma, há um ano.
Ao serem questionados sobre a ocupação neste domingo, 12% afirmaram que
são empresários –em São Paulo a atividade é citada por apenas 2%. A
quantidade de desempregados na avenida foi menor do que na população
geral.
Em relação à renda familiar, metade dos entrevistados disse que está
entre cinco e 20 salários mínimos. No município de São Paulo, o
percentual nessa faixa é de 23%.
A pesquisa também mostrou que 77% dos manifestantes declararam que são
da cor branca e que 94% não participam de nenhum grupo que promoveu o
ato. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para
menos.
PSDB EM BAIXA
Na primeira grande manifestação contra Dilma, há um ano, o partido era o
preferido de 37% dos entrevistados. Agora, o índice passou para 21%.
Neste domingo, líderes do PSDB, como Geraldo Alckmin e Aécio Neves, foram ao protesto e acabaram xingados por manifestantes. A maioria disse não ter um partido preferido.
O Datafolha também questionou os participantes do ato sobre a
probabilidade de Dilma acabar de fato afastada. Os resultados mostram
grande divergência em relação à população brasileira. Na avenida
Paulista, 79% acreditam que a presidente deixará o cargo, enquanto no
geral só 33% creem nesse desfecho para a crise.
Quase todos os entrevistados disseram concordar com a ordem do juiz
Sergio Moro que obrigou o ex-presidente Lula a ir depor na Polícia
Federal, há duas semanas. Consideram que o juiz agiu bem no caso 96% dos
manifestantes.
Outras posições quase unânimes entre os manifestantes são a cassação do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendida por 96% dos
entrevistados, e a avaliação ruim ou péssima do governo Dilma, feita por
98%.
Maioria dos Manifestantes São de Classe Alta, Diz Data Folha
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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15.3.16
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