Folha de São Paulo:
Fora das instituições, o mundo fica muito pior
Protestos foram motor de mudanças marcantes na história política, para o bem e para o mal. Com muito custo tornaram-se uma liberdade constitucional. Por certo, uma das mais incômodas liberdades, pois mantêm autoridades sob estresse, desestabilizam consensos, escancaram dissensos e produzem a energia vital sem a qual a democracia não se critica nem se reinventa.
Seus limites, por essa mesma razão, estão em permanente renegociação. Numa sociedade formada por experiências oligárquicas e autoritárias como a nossa, é uma liberdade distribuída desigualmente, uma verdade extraoficial que políticos evitam reconhecer. De Dilma a Alckmin, de Aécio a Lula, de Cunha a Renan, dentro das atribuições que têm ou tiveram, pouco foi feito para transformar essa realidade.
O protesto de hoje é seguro, pois tem o privilégio de não contar com a antipatia policial. Não haverá, salvo imprevisto, bala de borracha, gás lacrimogêneo ou detenção para averiguação, velhas rotinas da cultura policial (como em tantas cidades do país nos últimos anos). Rotinas ilegais toleradas por crônica indiferença governamental e social.
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