Novos Financiamentos Podem Manter "Sonho" do Ensino Superior

As mudanças na regra do Programa de Financiamento do Ensino Superior (Fies) - que restringiram o número de contratos este ano, com 48% dos pedidos negados em todo o país -, levaram instituições financeiras e de ensino superior a buscar parcerias com vistas a refrear a evasão de alunos. Para que os alunos não tranquem a matrícula ou desistam do curso, algumas faculdades privadas chegam a subsidiar os juros de programas de crédito estudantil para cursos superior.

No Rio Grande do Norte, cerca de 5 mil universitários foram atingidos pelo corte de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), financiador do Fies, dentro do pacote de ajuste fiscal promovido pelo governo federal.

As mensalidades podem pesar, mas é possível financiá-las nas instituições de ensino e em bancosAs mensalidades podem pesar, mas é possível financiá-las nas instituições de ensino e em bancos

Em geral, observam economistas, as formas de financiamento ofertadas por instituições de ensino superior são mais vantajosas do que contrair financiamento bancário. Mas é preciso estar atento  “às entrelinhas” antes de assinar o contrato. O economista e terapeuta financeiro Cláudio Gomes Barbosa é taxativo: “é melhor do que fazer empréstimo, mas ainda assim esses financiamentos representam uma dívida e o estudante deve estar ciente disso”, afirma.

Observar prazos, carências e taxas de juros e se o montante financiado se refere ao valor do curso ou do cálculo para o exercício do semestre são alguns pontos que devem ser considerados pelo estudante. O ideal é reduzir o número de parcelas para não se estender no pagamento e evitar juros mais altos. “O financiamento  deve comprometer no máximo  30% da renda familiar. Além disso é preciso verificar o que se pede de aval. Via de regra, quem empresta quer garantias”, afirma Barbosa.

Sem juros

Na faculdade Estácio, em Natal, uma nova forma de financiamento vem sendo adotada. Trata-se do crédito estudantil Pravaler sem juros, oferecido em parceria com a financeira Ideal Invest, que  repassa a Universidade no início do semestre o valor das mensalidades a serem pagas no semestre pelo aluno. O juro cobrado é subsidiado pela instituição de ensino que não repassa esse valor para o aluno. O estudante, por sua vez, paga 50% do valor total da mensalidade à faculdade e contrata o financiamento para os 50% restantes.

Diferente do Fies, em que o aluno só começa a pagar um ano e meio após a conclusão do curso, pela linha de financiamento oferecida parte do pagamento já é feito  durante o curso. “Foi a solução encontrada para que nossos alunos que por ventura perderam ou não conseguiram contratar o Fies, possam dar continuidade ao projeto de cursar uma faculdade", disse o gerente financeiro da Estácio, Luiz Henrique Bonfim Alves.

Com o subsídio dos juros, o aluno acaba pagando o valor total do curso, corrigido apenas pela inflação do período.

Em um curso com duração de quatro anos e mensalidade de R$ 750,00,  explica o gerente financeiro, o estudante que adere ao Pravaler paga por mês R$ 375,00 ao longo do curso e o restante depois de formado, por igual período, ou seja, mais quatro anos. “No nosso caso absorvemos a taxa de juros e o aluno acaba pagando o valor apenas com  correção pelo IGPM ao ano, da mensalidade”, disse.

Para contratar o financiamento, o aluno precisa ter um garantidor com renda a partir de um salário mínimo e comprovar renda mínima de duas vezes o valor da mensalidade, além de não ter restrições de crédito.

Outras três instituições de ensino superior privada  - a UnP, UniRN e UniFacex – foram procuradas pela reportagem da Tribuna do Norte. A UniRN afirmou não trabalhar com outros programas de Financiamento particular. As demais instituições preferiram não dar entrevista ou não responderam até o fechamento desta edição. A Unifacex adiantou que lançará um programa de crédito estudantil para os alunos, mas não detalhou o sistema. O Ministério da Educação também foi procurado, mas não disponibilizou porta-voz e orientou buscar os dados do Fies junto ao FNDE.

Banco oferece crédito para estudantes

O Banco Bradesco também oferece uma  linha  de crédito Universitário. A modalidade de crédito é concedida a partir de convênios celebrados com as instituições de Ensino Superior e as taxas dependem do acordo comercial com a Instituição de Ensino, que pode subsidiar uma parte da taxa de juros cobrada do aluno, uma vez que que ela recebe antecipadamente cada semestre.

A forma de pagamento é através de débito em conta corrente e o prazo é de 12 meses para o pagamento de cada semestre. O prazo total pode chegar até o dobro do período estudado, ou seja, se o aluno utiliza o crédito universitário  durante 4 anos,  poderá pagar em até 8 anos. Segundo o Banco, não há valor mínimo. O valor máximo do financiamento está vinculado ao valor do curso.

Procurado pela Tribuna do Norte, o Banco do Brasil informou por meio da assessoria de imprensa, que não trabalha com este crédito. A Caixa Econômica e o Itaú não responderam aos e-mails enviados pela reportagem.
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