A
dengue já foi erradicada do país, mas voltou. E neste ano tem causado
uma preocupação acentuada para as autoridades públicas no Brasil. Só nos
primeiros meses de 2015 (até 18 de abril), já se registra 745.957 casos
suspeitos de dengue em todo o Brasil, um crescimento expressivo diante
dos 223.227 casos no mesmo período do ano passado.
No Rio Grande do
Norte, a epidemia acompanha esse ritmo. O número de casos suspeitos de
dengue neste ano em território potiguar já é quase 250% maior, se
comparado ao mesmo período de 2014. De janeiro a 9 de maio, foram
notificados 17.343 suspeitas de dengue no RN, contra 5.011 do ano
passado. Do total de notificações, 1.995 casos foram confirmados. Neste
ano, já são 229 mortes confirmadas em todo o Brasil, enquanto que no ano
passado 158 pessoas morreram se comparado o mesmo período nos dois anos
(até 18 de abril).
Na UPA de Cidade da Esperança, a dona de Casa Lindalva Gomes da Silva, de 69 anos, foi diagnosticada com dengue pela segunda vez
Apesar
do uso de recursos como o fumacê portátil e veicular - a tropa de
choque no combate ao Aedes Aegypti-, a participação popular nessa guerra
ela é fundamental. De acordo com a Vigilância Epidemiológica da
Secretaria Municipal de Saúde de Natal, 80% dos focos estão nas
residências.
A aliança para derrotar o mosquito no Brasil já deu certo no passado. Em 1958, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o país livre da doença. Como o Aedes era transmissor da febre amarela, o governo brasileiro começou a adotar medidas enérgicas de controle do inseto a partir da década de 1920 e que resultaram na erradicação do mosquito 30 anos depois.
“Naquele tempo era relativamente fácil se erradicar, porque os centros urbanos eram pequenos, muita gente morando na zona rural. Hoje a maioria da população mora em grandes centros urbanos, o que deixa praticamente impossível controlar. Precisaria de uma ação mais contundente”, analisa Kleber Luz, médico infectologista.
O tipo de inseticida utilizado também era muito mais forte a ponto de também prejudicar o meio ambiente segundo o médico. A relação do poder público com o cidadão também era diferente. “Os órgãos de saúde tinham mais autoridade, vamos dizer assim. Eles invadiam as casas”.
Mas, nas décadas seguintes o mosquito retornou ao Brasil, uma vez que os países vizinhos não conseguiram exterminar suas populações de Aedes aegypti. Desse modo, o Brasil teve suas primeiras epidemias de dengue na década de 1980. Porém, vale lembrar que, embora ainda não configurassem um perigo à saúde pública, os primeiros casos de dengue no Brasil ocorreram em Curitiba (Paraná) ainda no século 19.
Hoje, a realidade para o combate desse vetor é completamente diferente. “Depois veio o grande número de casas e populações em áreas urbanas. A chegada dos quatro sorotipos. Então, o cenário hoje é de muita complexidade”, disse Kleber Luz. Além disso, o mosquito é um potencial transmissor de quatro doenças no território brasileiro.
As condições sanitárias dos aglomerados urbanos também contribuem para essa proliferação. Alquebrada sobre uma poltrona da UPA de Cidade da Esperança com suspeita de dengue, a dona de Casa Lindalva Gomes da Silva, de 69 anos, reclama de uma esgoto perto da sua casa. “Acho que o mosquito veio de lá por trás da minha casa e uma fossa estourada”, disse. Segundo ela, sua contribuição no combate foi feita. “A caixa d'água lá de casa é fechada o tempo todo”, enfatiza.
Desde a semana passada, a dona de casa está sentindo os sintomas clássicos da doença. “Vim aqui e o médico disse que era dengue. Tomei soro aqui. Em casa tomei o medicamento que ele passou. Graças a Deus não senti mais febre, só falta de apetite. Não como nada. Sinto aquela fraqueza, mas não posso comer nada”, comentou. Essa também já foi a segunda vez que Lindalva é diagnosticada com dengue.
A aliança para derrotar o mosquito no Brasil já deu certo no passado. Em 1958, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o país livre da doença. Como o Aedes era transmissor da febre amarela, o governo brasileiro começou a adotar medidas enérgicas de controle do inseto a partir da década de 1920 e que resultaram na erradicação do mosquito 30 anos depois.
“Naquele tempo era relativamente fácil se erradicar, porque os centros urbanos eram pequenos, muita gente morando na zona rural. Hoje a maioria da população mora em grandes centros urbanos, o que deixa praticamente impossível controlar. Precisaria de uma ação mais contundente”, analisa Kleber Luz, médico infectologista.
O tipo de inseticida utilizado também era muito mais forte a ponto de também prejudicar o meio ambiente segundo o médico. A relação do poder público com o cidadão também era diferente. “Os órgãos de saúde tinham mais autoridade, vamos dizer assim. Eles invadiam as casas”.
Mas, nas décadas seguintes o mosquito retornou ao Brasil, uma vez que os países vizinhos não conseguiram exterminar suas populações de Aedes aegypti. Desse modo, o Brasil teve suas primeiras epidemias de dengue na década de 1980. Porém, vale lembrar que, embora ainda não configurassem um perigo à saúde pública, os primeiros casos de dengue no Brasil ocorreram em Curitiba (Paraná) ainda no século 19.
Hoje, a realidade para o combate desse vetor é completamente diferente. “Depois veio o grande número de casas e populações em áreas urbanas. A chegada dos quatro sorotipos. Então, o cenário hoje é de muita complexidade”, disse Kleber Luz. Além disso, o mosquito é um potencial transmissor de quatro doenças no território brasileiro.
As condições sanitárias dos aglomerados urbanos também contribuem para essa proliferação. Alquebrada sobre uma poltrona da UPA de Cidade da Esperança com suspeita de dengue, a dona de Casa Lindalva Gomes da Silva, de 69 anos, reclama de uma esgoto perto da sua casa. “Acho que o mosquito veio de lá por trás da minha casa e uma fossa estourada”, disse. Segundo ela, sua contribuição no combate foi feita. “A caixa d'água lá de casa é fechada o tempo todo”, enfatiza.
Desde a semana passada, a dona de casa está sentindo os sintomas clássicos da doença. “Vim aqui e o médico disse que era dengue. Tomei soro aqui. Em casa tomei o medicamento que ele passou. Graças a Deus não senti mais febre, só falta de apetite. Não como nada. Sinto aquela fraqueza, mas não posso comer nada”, comentou. Essa também já foi a segunda vez que Lindalva é diagnosticada com dengue.
Dengue: A Situação no RN é Preocupante
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
19.5.15
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