Júlio César saiu de Port Elizabeth, em 2010, como vilão da eliminação do
Brasil na Copa da África do Sul. Quatro anos depois, o goleiro é o
herói da classificação para as quartas de final do Mundial jogado em
casa. Neste sábado, Julio chorou antes das cobranças de pênalti que
definiram a partida contra o Chile, mas embaixo das traves resolveu.
Pegou duas cobranças (de Sánchez e Pinilla) e viu a última delas, de
Jara, acertar a trave esquerda para o Mineirão fazer uma festa sem
igual. Depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, o
Brasil fez 3 a 2 no Chile nos pênaltis e está nas quartas.
Júlio César defendeu dois pênaltis na disputa com o Chile
David
Luiz abriu o placar e Julio Cesar fez a parte dele logo na primeira
cobrança, de Pinilla. Willian mandou para fora, mas o goleiro trabalhou
muito bem para pegar a cobrança de Alexis Sánchez. Marcelo e Aránguiz
deixaram os deles até que Hulk bateu e Bravo pegou com os pés. Díaz, em
seguida, voltou a deixar tudo igual. Neymar tirou um peso enorme das
costas fazendo 3 a 2. Até que Jara seguiu para a cobrança que acabaria
por entrar para a história.
O jogo poderia ter tido outros contornos não fossem dois erros pontuais do árbitro Howard Webb, considerado o melhor da atualidade. O inglês, que havia trabalhado no jogo entre Brasil e Chile da Copa passada e também apitou a decisão daquele Mundial, errou em dois lances capitais com Hulk: deixou de dar um pênalti no atacante, quando o jogo estava 0 a 0, e anulou um gol alegando toque na mão, já no começo do segundo tempo, quando o placar apontava 1 a 1.
A vitória, porém, não esconde uma partida muito ruim da equipe, que expôs a sua Neymardependência. O craque não conseguiu resolver quando teve chances, no primeiro tempo, e foi bem marcado no segundo. Sem ele, Hulk se destacou como melhor em campo, mas faltou conjunto para a seleção brasileira, principalmente na criação. O volante Luiz Gustavo, que levou o segundo cartão amarelo, está suspenso.
O jogo
O Brasil era melhor nos primeiros minutos da partida e tinha como proposta clara tentar matar a partida na base da roubada de bola. Neymar desperdiçou lance criado a partir de uma roubada de bola, errando o último drible. Mas foi na continuidade dessa jogada, sempre com o Brasil tendo a posse, que o placar foi aberto. Neymar bateu escanteio da esquerda, Thiago Silva cabeceou na primeira trave e mandou para David Luiz, no segundo. Antes do zagueiro, Jara tocou na bola e mandou para o gol.
O gol, dado ao zagueiro brasileiro, que correu o risco de não jogar por causa de dores nas costas, fez justiça. Não apenas porque o Brasil jogava melhor, mas também porque o árbitro inglês Howard Webb havia deixado de dar um pênalti em Hulk minutos antes.
O Chile, porém, não estava morto. Assim como o Brasil, tinha a proposta de chegar ao gol em uma bola roubada. E foi assim que aconteceu aos 31 minutos. Hulk tentou devolver sem força um lateral para Marcelo, Vargas pegou a bola e tocou para Sánchez marcar. David Luiz, até então bem na partida, estava desatento.
Seriam ainda mais duas oportunidades criadas pelo Chile em erros do Brasil na saída de bola. Uma após vacilo de Daniel Alves, quando o placar estava 0 a 0, e outra em erro de Luiz Gustavo. Na sequência deste lance, Aránguiz invadiu a área e fez Júlio César trabalhar.
O gol e a ameaça chilena no fim do primeiro tempo deram à torcida a sensação de que o Brasil poderia perder o jogo. Talvez por isso, o Mineirão parou de fazer tanto barulho. Dentro de campo, a equipe também pareceu ter sentido. A segurança vista durante o primeiro tempo deu lugar a um nervosismo perceptível. O time estava assustado.
Até o gol mal anulado de Hulk saiu de um erro. O atacante matou no ombro e "chutou" de joelho. A bola foi mansa para o gol, com Bravo batido. Só depois de alguns segundos de comemoração é que o árbitro decidiu dar falta inexistente de Hulk, atendendo à pressão dos chilenos.
A jogada do gol anulado, aos 9, foi a única criada pelo Brasil até os 30 minutos. O Chile, que já tinha mais posse de bola, passou a dominar as ações e quase virou aos 19. Isla e Vidal tabelaram e o lateral cruzou para Aránguiz, que bateu de primeira. Julio Cesar, que pouco tinha trabalhado na Copa, fez defesa fantástica, à queima-roupa, e salvou o time.
Sumido, Fred deu lugar a Jô. Fernandinho, que não fazia partida ruim, saiu mancando para entrar Ramires. Mas faltava um jogador cerebral, que pudesse colocar a bola no chão e pensar o jogo brasileiro. Oscar (assim como Hulk) cumpria a sua função defensiva, atendendo às ordens de Felipão, mas no ataque a bola não passava por ele. Neymar, bem marcado, simplesmente sumiu da partida. Quando apareceu, em um cruzamento de Daniel Alves, o craque do time cabeceou nas mãos de Bravo.
Com Neymar apagado, Hulk tentou resolver. Aos 38 minutos, o atacante driblou três, invadiu a área e chutou forte. Bravo estava lá para salvar o Chile. O lance até acordou o Brasil, mas por pouco tempo. O nervosismo continuava imperando, com os zagueiros dando chutões. Para piorar, Ramires entrou muito mal, errando um passe atrás do outro. Nos últimos minutos, o Chile pressionou e calou completamente a torcida.
Quando começou a prorrogação, Julio Cesar pediu para a torcida fazer barulho. O mesmo fez Hulk, quando disparou em jogada individual e foi derrubado. Levantou-se pedindo sangue aos torcedores, que corresponderam. O time, sentindo-se empurrado, melhorou bastante na marcação - até porque Vidal saiu. No ataque, a equipe seguia desorganizada. No banco, Felipão guardava a terceira substituição.
De Hulk ninguém podia reclamar. O atacante seguia tentando resolver e quase conseguiu aos 12 minutos do primeiro tempo da prorrogação, quando passou por dois e chutou forte da entrada da área. Bravo, como sempre, pegou.
Para os últimos 15 minutos, o Brasil ganhou Willian no lugar de Oscar e, com ele, um novo fôlego. Ninguém no time brasileiro, porém, sabia o que fazer. David Luiz virou armador, Neymar tentou resolver sozinho e, de forma geral, tudo dava errado ofensivamente. Menos mal que, aos 14, Pinilla arriscou de longe e mandou no travessão. Nos acréscimos, com meio time sentindo lesão, Ramires chutou da entrada da área e jogou para fora.
O jogo poderia ter tido outros contornos não fossem dois erros pontuais do árbitro Howard Webb, considerado o melhor da atualidade. O inglês, que havia trabalhado no jogo entre Brasil e Chile da Copa passada e também apitou a decisão daquele Mundial, errou em dois lances capitais com Hulk: deixou de dar um pênalti no atacante, quando o jogo estava 0 a 0, e anulou um gol alegando toque na mão, já no começo do segundo tempo, quando o placar apontava 1 a 1.
A vitória, porém, não esconde uma partida muito ruim da equipe, que expôs a sua Neymardependência. O craque não conseguiu resolver quando teve chances, no primeiro tempo, e foi bem marcado no segundo. Sem ele, Hulk se destacou como melhor em campo, mas faltou conjunto para a seleção brasileira, principalmente na criação. O volante Luiz Gustavo, que levou o segundo cartão amarelo, está suspenso.
O jogo
O Brasil era melhor nos primeiros minutos da partida e tinha como proposta clara tentar matar a partida na base da roubada de bola. Neymar desperdiçou lance criado a partir de uma roubada de bola, errando o último drible. Mas foi na continuidade dessa jogada, sempre com o Brasil tendo a posse, que o placar foi aberto. Neymar bateu escanteio da esquerda, Thiago Silva cabeceou na primeira trave e mandou para David Luiz, no segundo. Antes do zagueiro, Jara tocou na bola e mandou para o gol.
O gol, dado ao zagueiro brasileiro, que correu o risco de não jogar por causa de dores nas costas, fez justiça. Não apenas porque o Brasil jogava melhor, mas também porque o árbitro inglês Howard Webb havia deixado de dar um pênalti em Hulk minutos antes.
O Chile, porém, não estava morto. Assim como o Brasil, tinha a proposta de chegar ao gol em uma bola roubada. E foi assim que aconteceu aos 31 minutos. Hulk tentou devolver sem força um lateral para Marcelo, Vargas pegou a bola e tocou para Sánchez marcar. David Luiz, até então bem na partida, estava desatento.
Seriam ainda mais duas oportunidades criadas pelo Chile em erros do Brasil na saída de bola. Uma após vacilo de Daniel Alves, quando o placar estava 0 a 0, e outra em erro de Luiz Gustavo. Na sequência deste lance, Aránguiz invadiu a área e fez Júlio César trabalhar.
O gol e a ameaça chilena no fim do primeiro tempo deram à torcida a sensação de que o Brasil poderia perder o jogo. Talvez por isso, o Mineirão parou de fazer tanto barulho. Dentro de campo, a equipe também pareceu ter sentido. A segurança vista durante o primeiro tempo deu lugar a um nervosismo perceptível. O time estava assustado.
Até o gol mal anulado de Hulk saiu de um erro. O atacante matou no ombro e "chutou" de joelho. A bola foi mansa para o gol, com Bravo batido. Só depois de alguns segundos de comemoração é que o árbitro decidiu dar falta inexistente de Hulk, atendendo à pressão dos chilenos.
A jogada do gol anulado, aos 9, foi a única criada pelo Brasil até os 30 minutos. O Chile, que já tinha mais posse de bola, passou a dominar as ações e quase virou aos 19. Isla e Vidal tabelaram e o lateral cruzou para Aránguiz, que bateu de primeira. Julio Cesar, que pouco tinha trabalhado na Copa, fez defesa fantástica, à queima-roupa, e salvou o time.
Sumido, Fred deu lugar a Jô. Fernandinho, que não fazia partida ruim, saiu mancando para entrar Ramires. Mas faltava um jogador cerebral, que pudesse colocar a bola no chão e pensar o jogo brasileiro. Oscar (assim como Hulk) cumpria a sua função defensiva, atendendo às ordens de Felipão, mas no ataque a bola não passava por ele. Neymar, bem marcado, simplesmente sumiu da partida. Quando apareceu, em um cruzamento de Daniel Alves, o craque do time cabeceou nas mãos de Bravo.
Com Neymar apagado, Hulk tentou resolver. Aos 38 minutos, o atacante driblou três, invadiu a área e chutou forte. Bravo estava lá para salvar o Chile. O lance até acordou o Brasil, mas por pouco tempo. O nervosismo continuava imperando, com os zagueiros dando chutões. Para piorar, Ramires entrou muito mal, errando um passe atrás do outro. Nos últimos minutos, o Chile pressionou e calou completamente a torcida.
Quando começou a prorrogação, Julio Cesar pediu para a torcida fazer barulho. O mesmo fez Hulk, quando disparou em jogada individual e foi derrubado. Levantou-se pedindo sangue aos torcedores, que corresponderam. O time, sentindo-se empurrado, melhorou bastante na marcação - até porque Vidal saiu. No ataque, a equipe seguia desorganizada. No banco, Felipão guardava a terceira substituição.
De Hulk ninguém podia reclamar. O atacante seguia tentando resolver e quase conseguiu aos 12 minutos do primeiro tempo da prorrogação, quando passou por dois e chutou forte da entrada da área. Bravo, como sempre, pegou.
Para os últimos 15 minutos, o Brasil ganhou Willian no lugar de Oscar e, com ele, um novo fôlego. Ninguém no time brasileiro, porém, sabia o que fazer. David Luiz virou armador, Neymar tentou resolver sozinho e, de forma geral, tudo dava errado ofensivamente. Menos mal que, aos 14, Pinilla arriscou de longe e mandou no travessão. Nos acréscimos, com meio time sentindo lesão, Ramires chutou da entrada da área e jogou para fora.
COPA 2014: Julio Cesar Brilha e Brasil Elimina o Chile
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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