Entrevista Com o Deputado Estadual Hermano Morais - Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa RN
Nesta entrevista ao Jornal de Hoje, Hermano também avalia a pré-candidatura do PMDB ao governo do Estado
Escolhido relator do pedido de impeachment da governadora Rosalba
Ciarlini (DEM) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia
Legislativa, órgão responsável por dar um parecer pela admissibilidade
ou não da matéria, o deputado estadual Hermano Morais (PMDB) antecipa:
“Eu diria que, diferente do outro pedido, do pedido anterior, esse vem
acompanhado de bom embasamento. É um documento longo, mas onde se
apresentam argumentos bem respaldados por cidadãos que representam
também instituições (…) foi um documento bem estudado e bem elaborado”,
disse o relator. Nesta entrevista ao Jornal de Hoje, Hermano também
avalia a pré-candidatura do PMDB ao governo do Estado, representada pelo
presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Eduardo
Alves (PMDB). Confira:
Jornal de Hoje – Deputado, o que o senhor pode antecipar em relação à relatoria do impeachment?
Hermano Morais – O que posso afirmar é que nós tomamos as
providências que tínhamos que tomar, no momento que recebemos a
documentação. Foi designado o relator, e, por indicação de todos, fiquei
com a incumbência. Uma missão espinhosa, porque o assunto é muito sério
e exige realmente um cuidado muito grande na análise da documentação,
antes de apresentar o parecer à comissão. Mas nós, a partir já desse
final de semana, apesar dos compromissos assumidos, vamos iniciar o
estudo. E tão logo tenhamos uma opinião formada, vamos colocar no papel o
parecer e apresentar para avaliação e deliberação da comissão.
Concluída essa etapa, vamos encaminhar nosso parecer para a Mesa
Diretora, para que possa tomar providências que são da sua competência.
JH – O deputado José Dias disse esperar para a próxima semana
já um posicionamento e mesmo a ida do parecer da CCJ ao plenário? É
possível?
HM – Respeito o deputado José Dias, mas ele, como deputado, e
deputado experiente, sabe que esse não é um processo qualquer. É um
processo onde se sugere o afastamento de uma governadora de Estado em
final de mandato, mas eleita pelo voto popular. Um documento encaminhado
por cidadãos que, no uso dos seus direitos políticos, fazem esse pedido
à Assembleia. Então, nós vamos tomar a nossa posição, com toda a
responsabilidade e utilizando o tempo que nos é facultado pelo
Regimento. Assim que eu tiver essa posição, eu vou fazer a manifestação.
Não tenho nenhum interesse de protelar qualquer providência que seja da
minha responsabilidade enquanto relator. Agora, eu não posso seguir o
calendário sugerido pelo deputado José Dias. Quem vai determinar esse
calendário vai ser exatamente o prazo dado pelo Regimento. E também a
necessidade minha, enquanto relator, de poder oferecer um parecer bem
embasado. É assim que vou proceder enquanto relator dessa matéria.
JH – Seu sentimento é de que o impeachment passa na CCJ?
HM – Eu não quero adiantar a minha posição. Até porque ainda vou
analisar a documentação. O que compete à CCJ é exatamente analisar a
admissibilidade ou não da tramitação do pedido. Nós vamos fazer a
análise por esse ângulo e com cuidado sempre de oferecer o parecer pelo
qual nós possamos responder com toda convicção. Eu prefiro me manifestar
quando estiver com o parecer pronto e assim apresentar para a comissão,
e, por conseguinte, será do conhecimento público.
JH – Há clima para negar a admissibilidade?
HM – O parecer, qualquer que seja o relator, pode ser por um caminho,
ou outro. Mas eu diria que, diferente do outro pedido, do pedido
anterior, esse vem acompanhado de bom embasamento. É um documento longo,
mas onde se apresentam argumentos bem respaldados por cidadãos que
representam também instituições, embora o façam enquanto cidadãos,
porque é um pedido de origem popular, mas que se apresentam como
integrantes de um movimento da sociedade civil que merece toda a
credibilidade e que, segundo, inclusive, seus autores, levou seis meses
para elaboração do documento. Então temos que considerar que foi um
documento, acredito eu, bem estudado e bem elaborado, e que foi
recentemente apresentado à AL.
JH – Que sente dos seus pares a respeito da matéria?
HM – É uma matéria que chama a atenção pelo alcance do pedido que é
feito. Nós estamos tratando aqui de um pedido de afastamento da
governadora. Não é um pedido qualquer, nem uma matéria qualquer. O que
percebo é que todos estão preocupados e imbuídos do propósito de tomar
uma decisão correta diante da responsabilidade que cada um tem com o
mandato popular.
JH – Sobre a candidatura de Henrique a governador, o que diz?
HM – É uma candidatura que se fortalece a cada dia. Nós temos a
expectativa de reunir um grande número de partidos. Muitas forças
políticas que convergem para um projeto de união pela recuperação do
Estado e retomada do seu processo de desenvolvimento. É um projeto que
está baseado em um propósito de renovar a forma de governar o Estado,
voltada para o aproveitamento das potencialidades que nós temos, para a
geração de empregos, para a busca de novas oportunidades e para a oferta
de serviços essenciais hoje negados ou oferecidos de forma precária à
população, como saúde e segurança, por exemplo.
JH – A ampla chapa que está sendo construída, o chamado “chapão”, vai ajudar a eleger Henrique?
HM – Discordo do termo ‘chapão’. O que existe é união de esforços e
partidos que têm representatividade, formado por pessoas que têm
preocupação e interesse de ver o RN em situação mais favorável, com
governo sério e moderno, que possa imprimir uma marca diferente do
atual. Um governo que possa produzir no RN uma forma de gestão onde haja
uma boa articulação entre o governo estadual, os municípios e bom
acesso junto ao governo federal; para que possamos ter recursos para
fazer os investimentos que são reclamados pela população e que são
fundamentais para o processo de desenvolvimento do RN. Além disso, nós
temos que ter um governo que tenha boa articulação junto à iniciativa
privada, para que os investimentos privados, sejam de grupos do Estado,
de outros estados ou estrangeiros, possam chegar ajudando a formatar a
economia do RN. Vejo dessa maneira. Acredito que o projeto que está
sendo elaborado, que vai ser discutido com os partidos, buscando
opinamento e sugestões de cada, mas ouvindo principalmente a sociedade,
através dos mecanismos que temos da sociedade civil organizada, para
formar um projeto que seja exequivel, possa ser cumprido e possa
favorecer a população do RN, com um governo novo, progressista, e que
realmente ponha o RN no trilho do desenvolvimento.
JH – O povo vai entender?
HM – Vai porque o povo está sentindo as dificuldades e quer um
governador e um futuro governo, que possa mudar essa realidade, e não
tenho dúvida que aquele candidato, com todo respeito aos demais
interessados em disputar e chegar ao governo, aquele que reúne melhores
condições, pela sua experiência e pelo poder de articulação, seja no
estado, seja fora, junto ao governo federal, junto a investidores que
possam vir colaborar para o desenvolvimento do Estado, é o hoje deputado
Henrique Alves. Isso vai ficar muito patente quando da apresentação do
projeto, e quando o povo verificar e tiver a convicção, assim como eu
tenho, de que esse é o melhor caminho para reverter e enfrentar o quadro
de dificuldades hoje existente. O deputado Henrique, eleito governador,
vai formar uma boa equipe de trabalho, com a capacidade de articular
que lhe é peculiar, vai saber reverter esse quadro e buscar, realmente,
onde puder, essa ajuda para a retomada do desenvolvimento do RN. Nós
temos um estado potencialmente rico, mas onde a grande maioria da
população ainda sofre muito pelo subdesenvolvimento. Então acredito
muito nessa proposta que está sendo formulada e tenho certeza que o povo
vai fazer essa escolha. Não estou diminuindo nem menosprezando o peso
político dos nossos adversários. Faz parte da democracia, é importante o
debate. O povo vai fazer a sua escolha.
Entrevista Com o Deputado Estadual Hermano Morais - Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa RN
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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19.5.14
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