“Perda de espaço do camarão potiguar é culpa dos nossos políticos”, desabafa Itamar Rocha

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Com camarão de 11 gramas cotado no mercado internacional a US$ 7,60 o quilo o de sete gramas a US$ 6,20, os carcinicultores do Rio Grande do Norte têm bons motivos para lamentar. O mundo nunca consumiu tanto camarão como agora, enquanto o RN – que já foi o maior exportador mundial – não tem para vender e vê sua produtividade desabar pela metade.


Das 38 mil toneladas produzidas aqui em 2003, dos quais 18 mil toneladas seguiam para exportação, com uma receita de US$ 71 milhões, no ano passado o estado realizou 23 mil toneladas, das quais apenas 356 toneladas ganharam o mercado exportador, com receita ao redor de US$ 2,3 milhões.


A falta de crônica de apoio do Governo Federal, ao longo da última década, produziu a proeza de transformar todas as infinitas possibilidades desse mercado para o produtor – uma década atrás – numa fração insignificante do que poderia ter sido.


“Em meu melhor sonho eu jamais pensaria em um dia vender camarão para a Tailândia, Vietnan, Coréia do Sul e é exatamente isso que está acontecendo, só que em quantidades pífias perto do poderíamos realizar se houvesse apoio oficial, a exemplo do que acontece em outros países produtores”, diz Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Camarão (ABCC).

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A reclamação de Itamar não é nova, inclusive chegou a render tímidos avanços que se refletiram em alguns resultados comerciais. “Mas os números históricos de produção e de produtividades estão muito aquém da de outros estados, com o Ceará, que há muito exportam por seus portos não só o camarão deles como os nossos também”, explica.


Em 2003, o estado vizinho produzia quase 26 mil toneladas, exportava pouco mais de 20 mil toneladas (mais do que o RN naquela época) e arrecadava em divisas perto de US$ 90 milhões. No ano passado, a produção cearense de camarão atingiu as 40 mil toneladas e as vendas para o exterior cravaram as 259 toneladas.


O problema é quando se compara esse desempenho a de um país como Equador, que engatinhava na época em que o Rio Grande de Norte era um estado de peso nas exportações, uma década atrás. Em 2003, lembra Itamar Rocha, produzia-se ali pouco mais de 77 mil toneladas, exportando 58 mil toneladas com exportações na cada de US$ 303 milhões.


No ano passado, os números equatorianos já estavam 320 mil toneladas, dos quais 215 mil toneladas para exportação e uma receita impressionante de mais de US$ 1 bilhão – tudo isso numa área pouca coisa superior à do Rio Grande do Norte.


Ou seja, em apenas uma década, com o apoio adequado, a carnicultura daquele país reuniu a todas as condições de produção e produtividade necessárias para obter uma receita recorde, mesmo enfrentando o triplo de doenças que afetam a produção em suas fazendas em relação ao RN, observa Itamar.




#Fonte: Portal JH
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