A falta de políticas de desenvolvimento e a redução do investimento público em áreas consideradas prioritárias têm limitado o crescimento do Rio Grande do Norte. A opinião de especialistas é respaldada por indicadores como o crescimento do Produto Interno Bruto do estado (PIB), um termômetro do ritmo da economia, e por um levantamento recém divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Sistema Firjan). No caso do PIB, o estado atingiu um crescimento real de 5,1%, em 2010, ficando abaixo da média do Brasil (7,5%) e do Nordeste, de 7,2%. O índice detalhado ontem pela Firjan, que engloba as áreas de educação, saúde, emprego e renda, também mostra que o estado cresce menos e que, junto com a Paraíba, foi o que menos avançou no Nordeste entre os anos 2000 e 2010.
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O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal mostra que os vizinhos estão avançando numa velocidade bem maior. Enquanto estados como Piauí e Ceará avançaram seis posições entre 2000 e 2010 no ranking nacional, o Rio Grande do Norte avançou uma posição no mesmo período. A categoria de Emprego e Renda, segundo Jonathas Goulart, especialista em Estudos Econômicos do Sistema Firjan, foi a que mais pesou contra o estado. "Esta foi a área que menos cresceu no Rio Grande do Norte. É preciso estruturar o mercado de trabalho para melhorar o índice nesta área", afirma Jonathas.
Para acelerar o crescimento da economia do estado como um todo, ele recomenda a implementação de políticas públicas que estimulem o investimento privado. "Para a iniciativa privada querer investir no estado é preciso criar um ambiente de negócios favorável e isso é feito concedendo incentivos fiscais, capacitando mão de obra, e investindo em infraestrutura. Todo investimento público que busque atrair investimentos privados para o estado estimulará o desenvolvimento do estado". Para o economista Aldemir Freire, chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no RN, o problema é justamente esse. "O baixo nível de investimento do Estado e dos Municípios e as ausências de investimentos federais significativos tem atrapalhado o crescimento do estado", afirma.
Um levantamento realizado com base nos dados publicados no Diário Oficial do Estado mostra que enquanto a arrecadação do RN subiu 243,4% entre 2000 e 2010, o percentual investido pelo Estado em áreas consideradas prioritárias como Saúde, Educação e Infraestrutura passou de 11,16% para 7,41%.
O secretário-adjunto de planejamento do RN, José Lacerda, reconhece que "o nível de investimento público está aquém do desejado", e alega dificuldades para investir mais. "Temos dificuldade até para pagar a folha de pessoal. Dependemos de empréstimos para investir", justifica.
Para William Pereira, economista, doutor em Ciências Sociais, coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Espaço, Trabalho, Inovação e Sustentabilidade, e professor do departamento de Economia e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), falta planejamento. "Brasília tem recursos. A questão é que Estado e Municípios não enviam projetos. Falta pessoal qualificado para elaborá-los", critica.
Segundo o especialista, estados que conseguem planejar avançam com mais facilidade. "É isso que o índice da Firjan mostra". Desenvolver um estado, porém, não é uma tarefa fácil, pondera Aldemir Freire. "Não basta ter vontade. É preciso tornar o estado mais competitivo", completa Jonathas Goulart, do Sistema Firjan.
#Fonte: Tribuna do Norte
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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5.12.12
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