O 4º Festival Literário da Pipa terminou no último sábado, 24, após
três dias intensos de debates, lançamentos entre outras atividades que
permeiam o universo das letras.
O evento cresceu em estrutura,
programação e público, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas
pelos seus realizadores, o produtor Dácio Galvão e a fotógrafa Candinha
Bezerra, como a falta de patrocínio - eles ainda esperam captar o
mínimo de 20% pela Lei Rouanet.
A ampliação do Flipipa deu-se através
de parcerias que bancaram a participação de atrações culturais, como
música, gastronomia, cinema e teatro.
O sábado comprovou, com a apresentação dos Clowns de Shakespeare, que a diversidade de eventos agrega público. Outro ponto importante foi a transferência das atividades infanto-juvenis, como palestras, oficinas e apresentações teatrais, que antes ocorriam nas escolas municipais para a tenda do festival. A literatura também esteve conectada com os estudantes através dos encontros promovidos pelos Jovens Escribas. "Os adolescentes se identificaram com os escritores (Carlos Fialho, Pablo Capistrano e Carito)", acrescentou.
Como acontece em eventos do gênero, a programação foi pontuada por altos e baixos: algumas mesas literárias foram boas, outras ficaram no nível mediano e há ainda aquelas que foram um tédio só. As campeãs de dinâmica foram aquelas cujos convidados tinham uma intimidade com a obra do convidado. Na lista das melhores: Zuenir Ventura e Woden Madruga; Ana Miranda e Napoleão de Souza; Reinaldo Morais e Mario Ivo Cavalcanti; Tatiana Salen Levy, Paulo Cuenca e Carmen Vasconcelos; Nayara Costa e Lívio Oliveira.
Destaque também para a mesa sobre Luis Fernando Veríssimo, que encerrou o festival com oralizações de Titina Medeiros, Ana Miranda e Nelson Xavier - Veríssimo iria fechar o Flipipa, mas foi internado com uma infecção. Com um formato consolidado, a grande novidade deste ano ficou por conta da estrutura, montada em um local mais amplo e confortável. A programação paralela também foi ampliada, e o que se viu foi uma participação maciça de estudantes e moradores da Pipa e redondezas.
O ponto baixo e recorrente é o tom professoral dos debates acadêmicos. É preciso estar muito interessado no assunto para acompanhar mesas como a que abordou o lado modernista da poesia de Cascudo. A falta de dinâmica e o excesso de didática prejudicam a emissão da mensagem, e não adianta ter conteúdo se não há comunicação - ou o formato dessas mesas é repensado ou reavalia-se o público. A não abertura para perguntas, nem mesmo por escrito, também limitou a participação da plateia.
#Fonte: Tribuna do Norte
FLIPIPA: Uma Grande Festa para Além das Mesas Literárias
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
27.11.12
Rating:
Nenhum comentário:
OS COMENTÁRIOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
REGRAS PARA FAZER COMENTÁRIOS:
Se registrar e ser membro do Blog; Se identificar (não ser anônimo); Respeitar o outro; Não Conter insultos, agressões, ofensas e baixarias; A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica; Buscar através do seu comentário, contribuir para o desenvolvimento.