RN: Mercado da Redinha retoma movimento após reabertura
Foto: Adriano AbreuO primeiro fim de semana após a reabertura do Mercado da Redinha foi marcado por fluxo constante de visitantes, retomada gradual das vendas e reencontro de permissionários com um espaço que faz parte da história econômica e cultural de Natal. Com funcionamento temporário até 22 fevereiro de 2026, de domingo a domingo, das 7h às 19h, o equipamento voltou a operar durante a alta estação, reunindo gastronomia tradicional, artesanato e uma programação cultural e educativa organizada em parceria com o Sistema Fecomércio-RN, através do Sesc-RN. Para os comerciantes, a reabertura representa a recuperação de uma fonte de renda que havia sido interrompida.
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Natalenses e turistas aproveitam a reabertura para comer a tradicional ginga com tapioca. Foto: Adriano AbreuJaneide Pinheiro, 57, permissionária e atuante no Mercado desde criança, ao lado da família, o funcionamento no verão será um grande incremento. “Aqui é minha vida inteira. É um trabalho que vem da minha mãe, da minha família, e ficar tanto tempo parada foi muito difícil. Agora a mercadoria é nossa, o dinheiro é nosso. Para quem estava vivendo só de auxílio, qualquer venda já faz muita diferença. É uma diferença de 100%”, relata. A expectativa é que os fins de semana sejam de alta nas vendas, não apenas para turistas, mas também para os natalenses que apreciam a culinária regional.
Janeide Pinheiro. Foto: Adriano AbreuO Mercado da Redinha integra o Complexo Turístico da Redinha e reúne boxes de alimentação, restaurantes, espaços para artesanato, áreas de convivência e um deck com vista para o rio Potengi e a Ponte Newton Navarro. Durante o período de funcionamento temporário, os permissionários retomam as atividades em regime autorizado, com expectativa de ampliar a circulação de moradores e turistas.
A percepção positiva também é compartilhada por Ivani Florêncio, 54, que herdou da mãe o box e retomou as atividades após um longo período de incertezas. “Eu sonhava com esse dia. Agora cada um trabalha para si e isso mudou tudo”, diz. Ivani aponta que, nos primeiros dias, o movimento superou as expectativas e já trouxe incremento significativo na renda familiar. “Melhorou muito, cerca de 80%. A gente trabalha com comida feita no dia, tudo fresco, e o público está vindo”, comenta. A permissionária vende diversos produtos, desde a tradicional ginga com tapioca, caldos, batata frita e até petiscos com camarão, carne de sol e macaxeira.
Ivani Florêncio. Foto: Adriano AbreuO funcionamento atual do Mercado da Redinha ocorre de forma temporária, enquanto a Prefeitura do Natal avança nos trâmites necessários para a concessão definitiva do espaço. O equipamento havia sido fechado no fim de janeiro de 2025, após o primeiro edital de licitação não receber propostas. Em maio, a Prefeitura selecionou uma empresa para a elaboração de estudos visando uma nova tentativa de concessão. No entanto, em julho, uma decisão da Justiça Federal determinou a realização de uma Consulta Prévia, Livre e Informada (CLPI). A consulta está em processo para ser realizada, sem data definida para conclusão.
Para quem deseja fazer compras e levar um pedacinho de Natal para outras regiões, o Mercado ainda conta com um espaço destinado ao artesanato. Pela primeira vez, Ana Lúcia, 55, está vendendo no espaço. “Eu faço bonecas, faço nome no crochê. É de tudo um pouco. Um ambiente está ótimo, a gente quer que venha mais movimento e seja melhor para todo mundo”, relata.
Guia de turismo desde 1983, Marcos Corais, 63, afirma que sempre defendeu a valorização do Mercado da Redinha como parte essencial da experiência turística em Natal e se alegra ao ver o movimento. “Eu sou um torcedor desse lugar. É fazer uma coisa legal, como está sendo aqui agora, para dar sustentabilidade social e econômica para quem é daqui e, por sua vez, o turista vem junto e gera receita. Não tem sustentabilidade se não valorizar o produto local”, afirma.
Entre os visitantes, o clima é de curiosidade e redescoberta do espaço. A potiguar Edeilza Santiago, 56, moradora de Macau, conta que voltou ao mercado depois de muitos anos. “Vim para conhecer de novo e achei o ambiente muito bonito. Dá gosto de ver o mercado funcionando”, relata, encantada com a estrutura e ao lado da neta, que conheceu o mercado pela primeira vez.
Programação do fim de semana inclui ações culturais, educativas e de saúde promovidas pelo Sesc. Foto: Adriano AbreuProgramação especial
Além da gastronomia e do artesanato, a programação do fim de semana incluiu ações culturais, educativas e de saúde promovidas pelo Sesc, com unidades móveis, atividades de leitura, apresentações artísticas e atrações interativas. O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, avalia que a presença da instituição contribui para fortalecer o papel social. “O Mercado da Redinha tem uma profunda relevância para o Turismo e impacto social para a população local, pela tradição, geração de renda e de empregos. O Sesc é o braço social do Sistema Fecomércio e tem uma atuação voltada à promoção do bem-estar e fortalecimento da cultura”, destaca.
Todas as sextas e sábados, das 8h às 12h e das 14h às 18h, a Carreta Saúde oferece atendimentos à população, enquanto o Oceanário funciona no período da tarde, com visitas abertas ao público. Aos sábados, das 14h às 18h, a BiblioSesc promove ações de mediação de leitura e interação com personagens literários, além de apresentações culturais e recreativas que ocorrem entre o fim da tarde e o início da noite. As atividades seguem durante funcionamento do mercado em todo o período da alta temporada. Nos dias 03, 10, 17, 24 e 31 de janeiro, além de 7 de fevereiro, das 15h às 16h30, o público ainda poderá aproveitar uma caminhada turística para conhecer a história da redinha.
“O Bibliosesc chega com mais de 5 mil livros que podem ser lidos na unidade, a Unidade de Saúde de portas abertas fazendo um atendimento acessível e necessário a todos e ainda destaco o Oceanário, um equipamento novo que proporciona uma imersão ao fundo do mar, com projeção de vídeos em um domo 180º. Vale destacar ainda que o Senac, nosso braço educacional, também esteve presente previamente oferencendo capacitações aos permissionários. Nosso objetivo é contribuir, dentro do nosso escopo de atuação, para que esse espaço possa trazer movimento para a Redinha neste período de alta temporada”, afirma Marcelo Queiroz, presidente do Sistema Fecomércio-RN.
As atualizações sobre os serviços oferecidos pelo Sesc-RN e as atrações musicais podem ser conferidas no Instagram @sescrn.
#Fonte: Tribuna do Norte















